O promotor da moralidade administrativa de Balneário Camboriú, Jean Michel Forest, anunciou que investigará as acusações formuladas por ex-integrantes da igreja Bola de Neve. Na segunda-feira (20), empresários acusaram o fundador do templo, o apóstolo Rina, de estelionato e desvio dinheiro da instituição.
A Igreja Bola de Neve estaria ligada à Organização da Sociedade Civil Árvore da Vida, responsável pela manutenção da Casa das Anas. Esta entidade tem um contrato com a prefeitura de Balneário Camboriú para o ano de 2024, no valor de R$ 1.128.600,00. As denúncias ganharam maior repercussão devido ao envolvimento de Peeter Lee Grando (PL), pré-candidato a prefeito e pastor auxiliar da igreja.
Os empresários Márcio Bieda e Thiago Santana, em uma live no Instagram, acusaram a igreja e seu fundador de fraude e má administração de doações. Bieda denunciou que um instituto em Balneário Camboriú, que deveria ajudar mulheres carentes, foi transformado em um salão de beleza de luxo.
“Recebi várias denúncias de pessoas dizendo que doaram para um instituto que supostamente ajudaria mulheres carentes a se tornarem empreendedoras. Vamos ver no que esse instituto se transformou”, afirmou Bieda.
O empresário também mostrou documentos que comprovariam as irregularidades, revelando que a razão social do salão é Rafaela Nunes Paixão, filha do pastor Natanael, líder local da Bola de Neve.
Bieda e Santana alegaram que voluntários trabalham sem remuneração em uma cantina dentro da igreja, beneficiando financeiramente os líderes. “As pessoas trabalham nos comércios da igreja sem saber que os lucros vão para os líderes”, disse Santana. Bieda criticou essa prática, afirmando que configura crime de estelionato e exploração de trabalho voluntário.
A live terminou com um apelo aos líderes da igreja, especialmente ao apóstolo Rina, para que se posicionem sobre as denúncias. “Queremos ouvir o posicionamento do Rina sobre isso. Queremos ouvir do líder deste ministério, desta igreja”, concluiu Bieda.
O ex-vocalista da banda Raimundos, Rodolfo Abrantes, atualmente pastor, também publicou um vídeo no Instagram confirmando o desvio de conduta das lideranças da igreja e afirmou ter sofrido abusos psicológicos por líderes da Bola de Neve em Balneário Camboriú. O ex-roqueiro contou que ele e sua esposa foram vítimas de acusações falsas e abusos emocionais enquanto eram membros da igreja, de onde se desligaram em 2011.
“Não cabe a mim julgar ações e atitudes de gente que não me diz respeito porque eu e minha esposa nos desligamos desse ministério em 2011”, disse Rodolfo. Ele explicou que na época escolheu não se pronunciar para evitar prejudicar outros membros e para não ser acusado de mais coisas.
O promotor Jean Michel Forest comentou que, em períodos pré-eleitorais, aumentam as denúncias envolvendo políticos, e por isso sua equipe está intensificando a leitura de veículos e páginas de notícias da região. Até o momento, a assessoria de comunicação da igreja Bola de Neve não respondeu aos pedidos de esclarecimento.
Fonte: DCM
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