Rivaldo Barbosa escreveu bilhete pedindo "pelo amor de Deus" que o ministro do STF autorizasse a oitiva
O ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, determinou que a Polícia Federal
(PF) colha o depoimento de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de
Janeiro, no prazo máximo de cinco dias. Barbosa está preso desde 24 de março,
acusado de planejar o homicídio da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e de
proteger os mandantes do crime. A informação é do jornal O Globo.
A decisão de Moraes atende a um pedido direto de Barbosa,
que, na semana passada, enviou um bilhete ao ministro no verso de uma intimação
judicial, solicitando que fosse ouvido pelos investigadores. “Ao Exmo.
Ministro, por misericórdia, solicito que V.Exa. faça os investigadores me
ouvirem, pelo amor de Deus”, escreveu Barbosa no bilhete entregue dentro da
Penitenciária Federal de Brasília.
Além de Barbosa, também foram alvos de mandados de prisão
preventiva no dia 24 de março Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de
Contas do Estado, e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem
partido-RJ). No último dia 10, ambos foram denunciados pela Procuradoria-Geral
da República (PGR), mas negam as acusações.
Barbosa já havia solicitado, há cerca de um mês, que fosse
ouvido pela PF, alegando que, mesmo com ordem judicial, ainda não tinha sido
interrogado. O ex-chefe da Polícia Civil fluminense também pediu que sua esposa
fosse ouvida pela PF, em meio a alegações de que ela teria usado empresas de
fachada para lavar dinheiro e atuar como “testa de ferro” de Barbosa. Os
advogados de Barbosa, Marcelo Ferreira de Souza e Felipe Dalleprane, enviaram
documentos ao STF afirmando que não há provas de práticas ilícitas nas
atividades empresariais de Erika, esposa de Barbosa.
A delação premiada do ex-policial militar Ronnie Lessa, firmada
com a PF e a PGR, aponta que, no segundo trimestre de 2017, Chiquinho Brazão
demonstrou grande insatisfação com a atuação de Marielle Franco na Câmara
Municipal do Rio. Segundo Lessa, os irmãos Brazão buscavam a regularização de
um condomínio em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, para especulação imobiliária,
sem respeitar critérios de área de interesse social. Segundo a PGR, “a ordem
para executar os homicídios foi dada por Domingos e Chiquinho” e os dois
defendiam os interesses de milícias “junto às instituições de Estado”.
“Nos depoimentos, Lessa ainda relatou que Barbosa foi uma
peça-chave para que os homicídios fossem consumados a mando dos Brazão. Ao
delegado, caberia garantir uma espécie de imunidade aos envolvidos, ou seja, de
alguma forma o inquérito que se sucederia não poderia chegar nos responsáveis
pela empreitada criminosa”, destaca a reportagem.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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