O cineasta, vencedor de três Oscar, dirigiu o documentário "Lula", sobre a vida do presidente. Filme foi aclamado foi aclamado durante sua exibição no Festival de Cannes
O cineasta e
documentarista Oliver Stone, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT) "é muito corajoso, e uma pessoa importante, porque ele luta pela
paz", destacando tanto a política externa quanto às políticas sociais de
Lula. A declaração, segundo a Folha de S.Paulo, foi feita durante uma
conversa que Stone manteve com jornalistas acerca do documentário
"Lula", dirigido por ele e que foi aclamado durante sua exibição, na
noite deste domingo (19), no Festival de Cannes. Vencedor do Oscar pelo roteiro
do filme "O Expresso da Meia-Noite", e pelas películas
"Platoon" e "Nascido em 4 de Julho", Stone é considerado um
dos diretores mais respeitados da indústria cinematográfica dos Estados
Unidos.
Na entrevista, o co-diretor do documentário também
expressou sua admiração por Lula: "É uma pessoa na qual vemos força,
alguém pragmático, e por isso o admiro mais do que ao Bernie Sanders, por
exemplo", disse Wilson. O documentário foca principalmente na prisão
política em abril de 2018, no contexto da Lava Jato, e cobre eventos até
as últimas eleições presidenciais, quando Lula derrotou Jair Bolsonaro (PL). O
filme também revisita as origens nordestinas e sindicais de Lula, além de abordar
o golpe parlamentar que resultou no afastamento da presidente Dilma Rousseff,
em 2016.
Stone, que também é conhecido por suas obras sobre líderes
latino-americanos como Fidel Castro e Hugo Chávez, aproveita "Lula"
para criticar a política externa americana e seu impacto na América Latina.
""Nós, americanos, somos valentões. Valentões e arrogantes, e eu não
podia ignorar isso neste documentário. Esses caras acham que podem interferir
na política de todo mundo, e ninguém fala disso. São uns filhos da p***",
afirmou Stone.
Stone e Wilson sugerem no documentário uma possível
manipulação americana na queda de Lula e outros líderes de esquerda na América
do Sul, relacionando o apoio dos Estados Unidos ao golpe de 1964 com a Lava
Jato. "Sergio Moro e vários políticos de seu partido estavam indo e
voltando dos Estados Unidos na época. Não é estranho?", questionou.
O documentário despertou grande interesse, com sessões esgotadas
e aplausos calorosos até mesmo dos funcionários do festival, um feito incomum.
Stone, contudo, ressaltou que o filme é feito a partir da perspectiva
estadunidense e disse que Lula ainda não assistiu ao documentário, mas que
enviará uma cópia ao presidente em breve.
Apesar de cautelosos ao afirmar que ainda é cedo para
avaliar se Lula alcançou seu objetivo em seu terceiro mandato, Stone e Wilson
reconhecem os esforços do presidente na preservação da Amazônia mas alertam
para o aumento do desmatamento no Cerrado e as dificuldades enfrentadas por
Lula na transição energética.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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