Especialista explica como empresas que praticam a equidade de gênero conseguem se sair melhor no mercado
As empresas já
entenderam que inclusão e diversidade são pautas essenciais para que estejam
alinhadas com as melhores práticas ESG e se destaquem no mercado como um todo.
Aliado a isso, o pilar inovação vem formando a base dos novos negócios e a
liderança feminina tem se mostrado um componente crucial para esse sucesso e
transformação das organizações.
Este é o caso de Bia Nóbrega,
uma executiva com quase 30 anos de experiência, cuja carreira multifacetada
como palestrante, mentora, conselheira, escritora e professora reflete e
impulsiona a evolução do papel das mulheres em posições de liderança. "Em
um mundo líquido, onde as mudanças são rápidas e constantes, a capacidade de
adaptação e inovação das lideranças femininas tem sido fundamental”, explica a
especialista em Desenvolvimento Humano e Organizacional.
Ela conta que as mulheres trazem uma perspectiva única que
enriquece a cultura organizacional, ampliando a capacidade das equipes em
entender e atender às diversas demandas do mercado. Dados da segunda edição do
estudo "Estatísticas de Gênero: Indicadores Sociais das Mulheres no
Brasil", realizado pelo IBGE, revelam que as mulheres ocupam 37,4% dos
cargos gerenciais, ainda uma minoria em comparação aos homens, que detêm 62,6%
desses postos. No entanto, elas são maioria no ensino superior, acumulando
conhecimento teórico, técnico e científico que são essenciais para inovar e
liderar no ambiente corporativo.
O impacto da liderança feminina no desempenho das empresas
é também tema do relatório "Women in Business and Management: The Business
Case for Change", da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que
conecta a redução da desigualdade de gênero no trabalho a um aumento
significativo no PIB. Estudos mostram que uma redução de 50% na disparidade de
gênero pode elevar o PIB em até 6% e que, se países como Alemanha e Estados
Unidos alcançassem níveis de participação feminina no mercado de trabalho
comparáveis aos da Suécia, o PIB global poderia aumentar em mais de 6 trilhões
de dólares.
“As empresas que investem em igualdade de gênero não só veem um
aumento na rentabilidade, mas também benefícios em produtividade, criatividade
e inovação, especialmente em áreas com maior diversidade”, pontua a
especialista. Segundo outro estudo, que avaliou mais de 70 mil organizações em
13 países, foi constatado que as empresas com maior presença feminina na
liderança registram aumentos de 10% a 15% na rentabilidade.
“Nós, mulheres, fomos ensinadas a cuidar, o que pode ser a
matriz de disparidades de gênero. Por outro lado, esse contexto nos ajudou a
desenvolver soft skills importantes
quando em comparação aos homens. Características distintas da liderança
feminina, como evolução no trabalho em equipe, melhoria na comunicação interna
e otimização dos resultados financeiros, contribuem para o desenvolvimento
sustentável das empresas”, explica Bia.
Além disso, a inteligência emocional e a nova perspectiva que as mulheres
trazem para os negócios permitem uma gestão mais inclusiva e inovadora.
Encorajar a liderança feminina e combater
a discriminação no ambiente de trabalho são passos fundamentais para promover
uma verdadeira transformação nas empresas. O Fórum Econômico Mundial sugere
medidas práticas como a melhoria dos processos de recrutamento e a definição de
políticas salariais justas e transparentes para garantir que as lideranças
femininas não apenas prosperem, mas também impulsionem suas organizações para
novos patamares de sucesso e inovação.
Fonte: Brasil 247
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