Economista Paulo Kliass responsabiliza governador e prefeito de Porto Alegre pela falta de investimentos em prevenção a enchentes no Rio Grande do Sul
Na entrevista ao
programa Brasil Agora, da TV 247, o economista Paulo Kliass afirmou que o
governador Eduardo Leite e o prefeito Sebastião Melo adotaram uma política
neoliberal e negacionista, negligenciando as necessidades de infraestrutura
para a prevenção de tragédias climáticas. "Essa duplinha dinâmica, como eu
chamo, o Eduardo Leite no governo do estado e o Sebastião Melo na Capital, em
Porto Alegre, não fizeram os investimentos necessários por uma questão muito
objetiva", declarou o economista.
Ele ressaltou que, desde a primeira grande cheia em 1941,
foram necessárias ações contínuas de prevenção que, segundo ele, foram
desconsideradas pelos gestores públicos. "Eles sabiam exatamente o que era
necessário fazer para prevenir uma questão que, desde a década de 40, quando
teve a primeira cheia, não é só um problema da natureza, mas também de
políticas responsáveis", afirmou Kliass.
O economista apontou que políticas como o desmatamento e a
priorização do agronegócio e da especulação imobiliária agravaram a situação
das enchentes. "A intervenção do ser humano, através de políticas
irresponsáveis, desmatamento e concessão da prioridade ao agronegócio, acabou
agravando a situação", explicou.
Ele também mencionou que a estrutura estatal e municipal
destinada à prevenção foi desmantelada. "Eles destruíram a estrutura do
estado e da prefeitura que cuidava disso porque consideravam coisa de
'ambientaloíde', como eles diziam", disse o economista. Segundo Kliass,
recursos foram desviados para outras áreas que os gestores consideravam
prioritárias.
Em decorrência das chuvas recentes, o Rio Grande do Sul
enfrentou enchentes que resultaram em mortes e desabrigados. "Agora veio a
desgraça, a tragédia", comentou Kliass. Ele criticou Leite por tentar se
esquivar de suas responsabilidades, atribuindo a culpa a questões fiscais.
"Eduardo Leite tenta se esquivar para não assumir a sua responsabilidade e
tenta jogar genericamente sobre a pauta fiscal. Mas não é verdade",
concluiu Kliass.
Assista:
Fonte: Brasil 247
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