Segundo a PF, Ferreirinha prestou depoimento falso em abril de 2018, acusando o miliciano e ex-PM Orlando Curicica, e o vereador Marcello Siciliano de planejarem a morte de Marielle
A Justiça do Rio de Janeiro condenou o ex-policial militar Rodrigo Jorge Pereira e a advogada Camila Nogueira a 4 anos e 6 meses de prisão por obstruírem as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. A sentença, proferida pelo juiz Bruno Manfrenati, da 28ª Vara Criminal, permanece sob sigilo.
De acordo com a Polícia Federal (PF), Ferreirinha, como é conhecido o ex-PM, prestou depoimento falso em abril de 2018, um mês após o crime, acusando o miliciano e ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, e o vereador Marcello Siciliano de planejarem a morte de Marielle. A advogada Camila Nogueira teria orientado Ferreirinha na elaboração do falso depoimento. A PF concluiu que essa farsa atrasou a investigação em quase oito meses.
A defesa de Ferreirinha anunciou que recorreu da sentença e mantém a confiança na inocência de seu cliente. A advogada de Camila Nogueira não se pronunciou até o momento. A Polícia Federal ressaltou que o depoimento falso desviou a atenção da Divisão de Homicídios, comprometendo a identificação dos verdadeiros culpados pelo assassinato.
Em março deste ano, a PF indicou que o conselheiro do TCE-RJ, Domingos Brazão, e o deputado federal Chiquinho Brazão, ambos sem partido, seriam os mandantes do crime. Os irmãos negam as acusações. Os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos em março de 2019, acusados de executar o homicídio, e confessaram o crime, colaborando como delatores.
A ação penal contra Ferreirinha e Nogueira é resultado de uma investigação iniciada pela PF em novembro de 2018 e concluída em maio do ano seguinte, apontando ambos como responsáveis pela obstrução. Em março deste ano, a PF também indiciou os delegados Rivaldo Barbosa e Giniton Lages, além do policial Marco Antônio de Barros Pinto, o Marquinhos DH, sob suspeita de sabotagem da investigação.
Em 2019, a PF afirmou que Ferreirinha acusou falsamente Orlando Curicica devido ao temor de ser assassinado pelo miliciano. A intenção seria provocar a transferência de Curicica para o sistema penitenciário federal, dificultando a emissão de ordens para matá-lo. Cinco anos depois, a PF reavaliou a situação, considerando que a ação de Ferreirinha foi incentivada por Marco Antônio e Giniton, a mando de Rivaldo, para proteger os verdadeiros autores e mandantes do crime.
Rodrigo Jorge Pereira está preso desde 2019, acusado de homicídio, e foi expulso da Polícia Militar em 2022. A Polícia Federal no Rio de Janeiro, através de sua assessoria de imprensa, declarou que o relatório final de 2019 já apontava irregularidades cometidas por Marquinho DH, e o contexto foi revisado quando a PF assumiu formalmente a investigação do homicídio.
Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S.Paulo
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