Ministro elogiou a atuação conjunta de Executivo, Judiciário e Legislativo
O ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, celebrou nesta quarta-feira (1) a alteração da
perspectiva do Brasil pela agência Moody's para "positiva", e
aproveitou para acenar ao Congresso em meio às tensões com o presidente do
Senado, Rodrigo Pacheco.
Haddad elogiou a atuação conjunta de Executivo, Judiciário
e Legislativo e a competência das instituições em 'colocar os interesses do
país acima' das divergências. Nas últimas semanas, Pacheco bateu de frente com
o governo Lula contra a desoneração da folha de setores da economia e de
municípios.
"A Moody’s acompanhou as outras agências de risco ao
reconhecer a mudança para melhor das nossas perspectivas econômicas. Isso tem a
ver com o trabalho conjunto dos três poderes, que colocaram os interesses do
país acima de divergências superáveis. Mesmo com a deterioração momentânea da
economia global, o Brasil caminha e recupera credibilidade econômica, social e
ambiental. Temos muito a fazer!", escreveu o ministro em publicação nas
redes sociais.
A Moody's reafirmou nesta quarta-feira a classificação de
risco de crédito do Brasil em Ba2 e alterou a perspectiva do país de
"estável" para "positiva", conforme comunicado da agência
de rating.
No texto, a agência avaliou que as perspectivas de crescimento
real (descontada a inflação) do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil são mais
robustas do que nos anos pré-pandemia, "apoiadas pela implementação de
reformas estruturais em múltiplas administrações, bem como pela presença de
barreiras de proteção institucionais que reduzem a incerteza em torno da
direção política futura".
Conforme a Moody's, a alteração da perspectiva para
"positiva" é sustentada pela avaliação de que "um crescimento
mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à
consolidação fiscal, pode permitir a estabilização do peso da dívida do
Brasil".
"A Moody's espera que o crescimento real do PIB fique em
média em torno de 2% em 2024-25 e no médio prazo, bem acima da taxa média anual
pré-pandemia de -0,5% observada em 2015-19", afirmou a agência.
"O crescimento mais robusto do PIB nos últimos anos e
no curto e médio prazo é, em parte, o resultado de reformas estruturais
implementadas ao longo de sucessivas administrações", acrescentou no
comunicado.
No entanto, a agência pontuou que existem riscos para a
execução, por parte do governo, da consolidação do orçamento.
Ao tratar da manutenção do rating Ba2, a Moody's citou a
dívida ainda elevada do Brasil.
"A classificação Ba2 reflete uma solidez fiscal ainda
relativamente fraca, dada a rigidez dos gastos do Brasil, o elevado peso da
dívida e a fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a
choques econômicos ou financeiros", afirmou a agência.
"A Moody's espera que o peso da dívida provavelmente
aumente ligeiramente em 2024-25, antes de se estabilizar dentro de alguns
anos", acrescentou.
Uma das principais agências globais de rating de crédito, a Moody’s mantém a classificação Ba2 para o Brasil desde fevereiro de 2016, o que coloca o país no grupo de “grau especulativo”.
Fonte: Brasil 247 com informações da Reuters
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