"O objetivo é continuar abastecendo a 'demanda prioritária' e as residências", disse o governo
BUENOS AIRES (Reuters) - O
governo da Argentina, que enfrenta escassez de gás e cortes de serviços,
afirmou nesta quarta-feira que conseguiu desembaraçar um descarregamento de gás
da Petrobras, o que, segundo ele, deve estabilizar o fornecimento local.
O clima frio recente já havia afetado o fornecimento de
gás no país sul-americano, mas isso piorou quando o descarregamento da carga de
gás foi interrompido devido a problemas de pagamento, provocando a escassez de
gás natural comprimido (GNC) nos postos de abastecimento.
A Secretaria de Energia afirmou em um comunicado que a Enarsa,
órgão estatal de energia, havia comprado um carregamento de 44 milhões de
metros cúbicos (m3) de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras na
sexta-feira, que deveria começar a ser descarregado nesta quarta-feira.
"Mas, no último minuto, a empresa contestou a carta
de crédito com a qual o combustível deveria ser pago e não autorizou o
descarregamento do GNL no terminal de Escobar", disse.
O governo argentino acrescentou que isso fez com que o
fornecimento a usuários não prioritários, incluindo a indústria, usinas
termelétricas e postos de abastecimento, fosse cortado para proteger hospitais,
escolas, residências e empresas.
"O objetivo é continuar abastecendo a 'demanda
prioritária' e as residências", disse o governo, acrescentando que o
desbloqueio do carregamento deve significar que "ao longo do dia a
situação dos cortes de fornecimento será regularizada".
A Argentina está aumentando rapidamente a produção de gás e
petróleo de sua região de Vaca Muerta, mas ainda depende de importações para
atender à demanda de inverno. A longo prazo, o país quer se tornar um
exportador líquido de energia e fornecedor global de GNL.
O porta-voz da presidência, Manuel Adorni, disse que o
governo estava se esforçando para evitar novos problemas de fornecimento de
gás.
"É um inverno muito rigoroso e a demanda passou de 44
milhões de metros cúbicos para quase 70 milhões", disse ele em uma
coletiva de imprensa diária.
O impacto não teria sido sentido se a carta de crédito
tivesse sido aceita na sexta-feira, acrescentou.
Fonte: Brasil 247 com Reuters
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