Presidente do PT lembrou que os resultados dos governos Lula e Dilma foram bem melhores do que os dos governos neoliberais
A
presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, rebateu com
veemência as críticas feitas por ex-presidentes do Banco Central (BC) à
política fiscal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A crítica surgiu
durante um debate sobre os 30 anos do Plano Real, organizado pelo BC, onde
participaram Gustavo Franco, Gustavo Loyola, Pedro Malan e Persio Arida, além
do atual presidente, Roberto Campos Neto.
Gleisi
Hoffmann utilizou as redes sociais para defender a gestão fiscal dos governos
petistas, comparando os resultados alcançados durante os mandatos de Lula e
Dilma Rousseff com os índices dos governos que se seguiram. "Leio na mídia
que quatro ex-presidentes tucanos do BC criticaram a política fiscal do governo
Lula. Vamos lembrar que eles pegaram o país com a dívida líquida (a que conta,
Governo Geral + BC) em 22% do PIB e entregaram a 57,4% em 2002. Lula derrubou a
dívida para 37,1% em dois mandatos e ela estava em 38% quando derrubaram Dilma.
O governo do golpe, que eles apoiaram, elevou a dívida líquida a 53% em pouco
mais de dois anos! Bolsonaro e Paulo Guedes subiram para os mesmos 57% legados
deles que hoje criticam Lula. É esse pessoal que hoje quer dar lições, como se
o fracasso fiscal lhes tivesse subido à cabeça."
Durante o debate, Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda e
ex-presidente do BC, destacou a importância de manter a inflação sob controle e
a necessidade de definir prioridades claras para compatibilizar o compromisso
fiscal e social. Malan criticou a falta de clareza na definição de prioridades
orçamentárias, afirmando que "quando tudo é prioritário, nada é
prioritário."
Persio Arida, um dos arquitetos do Plano Real, relembrou a
oposição de Lula ao plano em seus primeiros anos e criticou a situação atual da
política fiscal do país, afirmando que o "tripé macroeconômico é manco
hoje em dia."
Gustavo Loyola lamentou que o problema fiscal do Brasil ainda
não tenha sido resolvido e ressaltou a importância da autonomia do Banco
Central para manter a estabilidade econômica. Gustavo Franco, por sua vez,
lembrou que muitos dos déficits nasceram de práticas antigas e elogiou o
fortalecimento do Comitê de Política Monetária (Copom).
Autonomia do Banco
Central
Roberto Campos Neto evitou críticas diretas à política fiscal
atual, mas defendeu a proposta que concede autonomia financeira ao BC,
destacando os desafios enfrentados pela instituição devido à "asfixia
financeira e administrativa." A proposta de autonomia administrativa e
financeira do BC tramita no Congresso e enfrenta resistência do governo.
O senador Plínio Valério (PSDB-AM), relator da proposta,
tem trabalhado para incorporar concessões ao governo Lula, buscando equilibrar
a autonomia do BC com a supervisão do Congresso e a possibilidade de demissão
do presidente do BC pelo presidente da República.
As críticas dos ex-presidentes do Banco Central à política fiscal do governo Lula refletem preocupações de longa data sobre a estabilidade econômica do Brasil. No entanto, Gleisi Hoffmann defende a gestão fiscal dos governos petistas e acusa os críticos de hipocrisia, apontando para os resultados econômicos desfavoráveis dos governos que seguiram os mandatos de Lula e Dilma.
Fonte: Brasil 247
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