Cerca de 1,5 milhão de palestinos fugiram para a região a fim de se proteger dos ataques israelenses
O Exército de Israel, por meio de um comunicado nas redes sociais, pediu nesta segunda-feira (6) que os palestinos residentes no Leste de Rafah evacuem a região com destino a Al-Mawasi, área humanitária declarada pelo país.
No anúncio, a Força de Defesa de Israel informou que expandiu a assistência à área, com hospitais de campanha, tendas e mais alimentos, água, medicamentos e outros suprimentos adicionais.
Os militares de Israel estimam que pelo menos 100 mil pessoas de Rafah devem sair em uma evacuação de “escopo limitado”. Israel descreve Rafah como o último reduto significativo do Hamas, entretanto, a região abriga cerca de 1,5 milhão de palestinos que lá se refugiaram e hoje vivem em barracas.
Segundo o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, a ação militar no local é necessária devido à recusa do Hamas em libertar reféns como parte das propostas para um cessar-fogo em Gaza.
O anúncio ocorre em meio a negociações de cessar-fogo. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse na última terça-feira (30) que o Exército de Israel entraria em Rafah “com ou sem acordo” na Faixa de Gaza.
O genocídio se intensifica
Há semanas, Netanyahu anunciou que faria uma incursão por terra em Rafah, a cidade no extremo sul de Gaza para onde cerca de 1,5 milhão de palestinos — mais da metade da população do território — fugiu desde o início da guerra.
Os Estados Unidos, a ONU e a comunidade internacional têm pressionado fortemente o governo israelense para que não leve a operação adiante — há o temor de que o genocídio em curso se intensifique, já que a população não tem para onde ir.
A cidade faz fronteira com o Egito, mas os palestinos são proibidos de cruzar o controle fronteiriço.
“A ideia de que a gente pare a guerra antes de alcançar todos os nosso objetivos está fora de questão. Nós entraremos em Rafah e eliminaremos os batalhões do Hamas que estão lá — com ou sem acordo, para alcançar uma vitória completa”, escreveu o premiê em suas redes sociais.
O premiê se referiu à tentativa de um novo acordo entre seu governo e o Hamas. Uma nova rodada de negociações começou na segunda-feira (29) no Cairo, no Egito, com a participação de delegações de Israel, do grupo terrorista, e dos países mediadores — Catar e Estados Unidos.
A proposta inclui um cessar-fogo em troca da devolução dos cerca de 130 reféns ainda sob poder do Hamas. No entanto, as duas partes ainda discordam sobre a pausa nos bombardeios: o Hamas quer um cessar-fogo permanente que leve ao fim gradual da guerra, enquanto Israel aceita apenas uma trégua temporária nos ataques.
Nesta terça, o comissário-geral da Agência da ONU para os Refugiados (UNRWA, na sigla em inglês), Philippe Lazzarini, disse achar que, caso não haja um acordo ainda nesta semana, a entrada em Rafah pode ocorrer nos próximos dias.
“As pessoas ainda não foram retiradas de Rafah, mas há uma sensação de que, se não há acordo nesta semana, isso pode acontecer em qualquer momento”, declarou Lazzarini.
Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.
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