Governador alterou 480 normas ambientais em 2020. Enchentes já mataram mais de 150 pessoas no estado
O governador do Rio Grande do
Sul, Eduardo Leite, nega que a mudança em cerca de 480 normas ambientais
adotadas por ele em 2020 tenha relação com a crise climática vivida no estado e
com a tragédia que até agora matou 157 pessoas devido a enchentes. "Sobre
as 480 mudanças na legislação, na forma como se apresenta essa afirmação, ela
naturalmente tenta induzir de que o que nós estamos vivendo no Rio Grande do
Sul se relaciona a uma mudança legislativa de 2019, o que é absurdamente
equivocado, para dizer o mínimo".
Leite também afirma que não investiu mais recursos na
prevenção porque "o governo também vive outras agendas" e que a pauta
"que se impunha era a questão fiscal".
Em entrevista concedida à Folha de S.Paulo e
publicada nesta segunda-feira, o governador gaúcho defende em tese os esforços
conjuntos com o governo federal, mas reivindica protagonismo próprio. "A
questão política em todo esse processo é o que mais me preocupa desde o início
dele. Porque a dimensão que tem essa tragédia exige uma coordenação de
esforços, um alinhamento entre forças políticas, empresariais, sociedade civil,
que é especialmente difícil nos tempos atuais, de polarização, de disputas, de
divisões, de redes sociais com opiniões para todos os lados, com força e
virulência tentando destruir reputações. Mas é o esforço pelo qual, entendo, a
gente deve canalizar aqui as nossas energias. Naturalmente, o governo do estado
tem um protagonismo que não é por vaidade ou interesse pessoal do governador, é
pelo que o voto popular conferiu".
Leite considera que cabe ao governo estadual liderar o
processo de reconstrução. Segundo sua opinião, esta liderança está relacionada
à "decisão que a sociedade tomou, pelo voto popular."
Leite diz que o ministério que o
presidente Lula criou "tem no nome, e entendo deva ser o que orienta a sua
ação: é uma secretaria extraordinária para apoio à reconstrução". Ele
dilui o apoio do governo Lula à reconstrução do estado: "Todo apoio é
bem-vindo. O apoio do setor privado, o apoio dos voluntários, o apoio das
doações, o apoio da sociedade civil de diversas formas, o apoio do governo
federal é bastante importante nesse processo".
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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