Operação não seria possível se a empresa tivesse sido privatizada: "se tivéssemos sócios privados, como iríamos explicar uma ação como essa?", questiona o presidente
Em entrevista à TV 247 neste sábado (11), o presidente dos
Correios, Fabiano Silva, afirmou que a entrega de donativos ao Rio Grande do
Sul "é a maior operação logística que a empresa já fez", em resposta
a um cenário "desolador" que assola o estado, castigado por fortes
chuvas, enchentes e, a partir deste final de semana, pelo frio.
Segundo Silva, tão logo tomaram
conhecimento da gravidade da situação do Rio Grande do Sul, "nós, nos
Correios, tomamos medidas imediatas. Todas as nossas agências foram colocadas à
disposição para captar doações. Já arrecadamos 3 mil toneladas de doações e já
entregamos 1,4 mil toneladas em cinco dias".
O presidente contou que, além da solidariedade do povo
brasileiro, que "tem este sentimento muito latente", os servidores
dos Correios têm apresentado um "total" comprometimento com a causa.
Ele relatou que motoristas dos Correios sediados no Nordeste têm se oferecido
para ir até São Paulo para, depois, levar carretas com donativos ao povo
gaúcho. Além disso, disse Silva, servidores aposentados têm se apresentado como
voluntários para ajudar na logística. "O nível de engajamento é
impressionante", classificou.
Fabiano Silva também falou sobre o papel dos Correios
diante de situações como esta: "os Correios têm uma função social. Somos o
agente integrador nacional. É a única empresa que teria a capacidade de
realizar tal tarefa. Não podemos perder tempo. Nós entregamos cidadania para o
povo brasileiro".
Ele ainda comentou acerca da sanha privatista que avançou sobre
os Correios nos últimos anos, e salientou que uma operação como a atual, de
socorro às vítimas do Rio Grande do Sul, não seria possível se a empresa
tivesse sido vendida. "Se tivéssemos sócios privados, como iríamos
explicar uma ação como essa?", questionou. "A empresa é estratégica e
ligada à segurança nacional" e, por isso, não pode ser privatizada,
opinou. De acordo com o presidente, os Correios, que vinham sendo "sucateados"
pelo governo Jair Bolsonaro (PL), ganharam no governo Lula (PT) a missão de se
modernizar.
Ainda sobre a operação de envio de ajuda ao Rio Grande do
Sul, Fabiano Silva afirmou que esta não tem data para acabar, elogiou o
trabalho feito "em muita harmonia" com as Forças Armadas e criticou
as fake news: "estão atrapalhando demais".
Ele garantiu que a empresa busca meios
para "ampliar a ajuda" à população gaúcha, mas salientou que os
caminhões carregados com donativos "têm uma carga limite e isso tem de ser
respeitado".
Fonte: Brasil 247
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