"Ao contrário do que insinuam expoentes da extrema-direita brasileira, os recursos anunciados não foram aprovados na vigência do governo Bolsonaro", diz nota divulgada por Dilma
Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como 'Banco dos BRICS', Dilma Rousseff publicou nota nesta terça-feira (21) desmentindo reportagem do Estado de S. Paulo que alega: "Crédito do NDB para o RS, anunciado por Dilma como um feito seu, foi aprovado no governo Bolsonaro". A informação falsa passou a ser compartilhada pelas redes sociais por diversos "expoentes da extrema-direita brasileira", como classificou Dilma.
Leia abaixo a nota emitida pela presidente do NDB:
Nota à imprensa
1. A assessoria de imprensa de Dilma Rousseff, presidenta do
Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), esclarece alguns detalhes das operações de
empréstimo anunciadas para o enfrentamento da calamidade pública no Rio Grande
do Sul, em razão das cheias e fortes chuvas.
2. Ao contrário do
que insinuam expoentes da extrema-direita brasileira, os recursos anunciados há
uma semana por Dilma Rousseff não foram aprovados na vigência do governo
Bolsonaro. As operações para a concessão de empréstimo são bem mais recentes. A
mais antiga é de novembro de 2023. A mais nova, de março deste ano.
3. Do total de US$ 1,115 bilhão para o Rio Grande do Sul, US$
795 milhões — US$ 500 milhões do BNDES e US$ 295 milhões do BRDE — são de
operações aprovadas, respectivamente, em 14 de novembro de 2023, pelo Senado
Federal, e em março de 2024, pela Comissão de Financiamentos Externos do
Ministério do Planejamento.
4. Cabe ainda
destacar que outros US$ 200 milhões anunciados pela presidenta Dilma Rousseff,
que serão investidos diretamente pelo NDB, dependem de projetos a serem
submetidos pelas autoridades brasileiras ao chamado Banco dos BRICS. Ou seja,
são operações ainda mais recentes.
5. Do total, US$ 995 milhões são operações feitas sob a gestão
de Dilma Rousseff. Quanto às operações “antigas” — US$ 100 milhões do BB e US$
20 milhões do BRDE — ambas foram direcionadas exclusivamente agora para o Rio
Grande do Sul.
6. Por fim, é
necessário apontar as duras condições financeiras em que Dilma recebeu o NDB,
ao assumir o cargo em abril de 2023. Um banco só empresta e faz investimentos
com recursos que levanta no mercado. Ora, sob a gestão anterior, conduzida pelo
indicado à presidência do Banco dos BRICS pelo governo Bolsonaro, o NDB não fez
nenhuma emissão de títulos no mercado de capitais em dólar durante 15 meses —
de dezembro de 2021 a março de 2023. Os títulos em yuan também não foram
emitidos ao longo de sete meses.
7. Até Dilma Rousseff assumir a presidência, o NDB enfrentava
uma séria crise de liquidez. A capacidade de apoiar novos investimentos para os
membros — além do Brasil e os demais sócios do banco — permaneceu extremamente
limitada pela falta dos recursos para investir, justamente em um momento em que
os países mais precisavam destes novos recursos.
8. Foi apenas sob a
direção de Dilma Rousseff que o NDB superou a restrição de liquidez. Desde sua
chegada, o banco voltou ao mercado de capitais inúmeras vezes. A própria
agência de risco Fitch
(https://fitchratings.com/entity/new-development-bank-96664712) reconheceu a
superação dos problemas de liquidez e mudou a perspectiva de risco do NDB de
“negativa” para “estável”. Ao longo de 2023 até maio de 2024, o Banco dos BRICS
levantou US$ 9 bilhões.
9. O NDB é agora um banco bem capitalizado e pouco alavancado,
com uma fila de projetos de financiamento para os seus sócios. E continua indo
ao mercado. O Banco dos BRICS priorizou o Rio Grande Sul pelo seu compromisso
com o enfrentamento de desastres naturais e pela solidariedade ao povo gaúcho
neste momento de crise.
10. Ainda sobre as
condições de operação do NDB, cabe esclarecer que o antecessor deixou o banco,
em Xangai, em março de 2022, e não mais retornou até deixar a presidência do
Banco dos BRICS, em 24 de março de 2023.
Assessoria de Imprensa
Dilma Rousseff
Fonte: Brasil 247
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