Política econômica recessiva do governo do ultradireitista Javier Milei levou à redução de consumo de alimentos emblemáticos do país, como carne, leite e erva-mate
A política econômica
implantada pelo governo do presidente de ultra direita, Javier Milei, levou a
Argentina a registar a maior inflação do mundo, próxima de 290% ao ano.país, e
fez com que a população reduzisse o consumo de alimentos emblemáticos do país,
como carne, leite e erva-mate.
Segundo a BBC,
o preço do leite mais que dobrou em três meses, com um aumento de 123% entre
dezembro e março. Isso resultou em uma queda de 18,7% no volume de vendas de
laticínios no primeiro trimestre de 2024, conforme relatado pelo Observatório
da Cadeia Láctea Argentina (OCLA). A exportação de leite em pó, por outro lado,
beneficiou os produtores, com um aumento de mais de 300% no preço de referência
pago pelo leite, superando a inflação anual do país.
O país, conhecido por sua carne de alta qualidade, viu o consumo
per capita cair de 50,5 kg em março de 2023 para 42,6 kg em março de 2024, uma
redução de 18,5%. A Câmara da Indústria e Comércio de Carnes e Derivados da
República Argentina (Ciccra) apontou uma queda de 17,6% no consumo no primeiro
trimestre. No entanto, as exportações de carne aumentaram 22,9% no mesmo
período, com a China sendo o principal mercado comprador.
O consumo de erva-mate, essencial na cultura argentina,
também registrou uma queda significativa. O Instituto Nacional da Erva-Mate
(INYM) diz que houve uma redução de 9,2% no primeiro trimestre de 2024 em
comparação com o ano anterior. A queda é atribuída à perda de poder aquisitivo
e à antecipação de aumentos de preços pelos comerciantes. As exportações de
erva-mate aumentaram 23%, representando 10% da produção total.
Desde que assumiu o cargo, Milei implementou uma série de
reformas econômicas rigorosas. Nos primeiros três meses de governo, houve uma
redução dos gastos públicos em 13% do PIB, diminuindo o déficit fiscal e
combatendo a inflação.
Entretanto, as medidas de austeridade também provocaram
uma recessão profunda. A desvalorização da moeda local, a redução drástica das
taxas de juros e a contenção dos aumentos salariais e de aposentadorias
contribuíram para uma retração econômica significativa. O FMI, que havia
previsto um crescimento de 2,8% para 2024, agora estima uma retração de 2,8%,
com uma recuperação esperada de 5% em 2025.
Fonte: Brasil 247 com informações da BBC
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