Presidente do PT afirmou que, a despeito da queda da inflação, o presidente do Banco Central reduziu o ritmo de redução dos juros no País
Por Gleisi Hoffmann, no X – É
um crime contra o país a decisão do Copom, de cortar apenas 0,25 ponto da maior
taxa de juros do planeta. Não há fundamento econômico para isso e houve
divergência de 4 diretores nessa decisão. A inflação está sob controle e em
queda, o ambiente de investimentos melhora, os empregos também. O nome disso é
sabotagem. Contra o desenvolvimento, contra o Brasil. Esta é a consequência da
"autonomia" do BC, que permitiu o prolongamento do mandato de uma
direção bolsonarista, que faz política e oposição ao governo eleito pelo povo.
Saiba mais:
Agência Brasil – A alta recente do dólar e o aumento das
incertezas fizeram o Banco Central (BC) diminuir o ritmo do corte de juros. Por
5 votos a 4, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic, juros
básicos da economia, em 0,25 ponto percentual, para 10,5% ao ano. A decisão era
esperada pelos analistas financeiros .
Essa foi a sétima vez consecutiva que o
Copom reduziu a Selic. No entanto, a velocidade dos cortes diminuiu. De agosto
do ano passado até março deste ano, o Copom tinha reduzido os juros básicos em
0,5 ponto percentual a cada reunião.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, desempatou a decisão ao
votar por um corte de 0,25 ponto. Além de Campos Neto, votaram por essa redução
os seguintes diretores Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio
Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes, indicados pelo governo anterior.
Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os seguintes membros: Ailton
de Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves
Teixeira, indicados pelo atual governo.
Em comunicado, o Copom informou que o cenário
internacional se agravou e que a inflação subjacente, que elimina preços mais
voláteis, está acima da meta de inflação. Além disso, o comunicado defendeu que
o arcabouço fiscal aprovado no ano passado tenha credibilidade. Ao contrário
das últimas reduções, o Banco Central não deu nenhuma indicação sobre o que
fará nos próximos encontros.
“O comitê acompanhou com atenção os desenvolvimentos recentes da
política fiscal e seus impactos sobre a política monetária. O comitê reafirma
que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida
contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos
prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política
monetária”, destacou o texto.
A taxa está no menor nível desde fevereiro de 2022, quando
estava em 9,75% ao ano. De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a
Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em
meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano,
de agosto de 2022 a agosto de 2023, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por
sete vezes seguidas, quando começou a ser reduzida.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic estava em 2% ao ano,
no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração
econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a
taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da
história de agosto de 2020 a março de 2021.
Inflação
A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter
sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA). Em março, o indicador ficou em 0,16% e acumula 3,93%
em 12 meses. Após um repique em fevereiro, a inflação desacelerou em março, por
causa de alimentos, bebidas e transporte.
O índice em 12 meses está exatamente no teto da meta de
inflação. Para 2024, o Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou meta de inflação
de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não
podia superar 4,5% nem ficar abaixo de 1,5% neste ano.
No Relatório de Inflação divulgado no fim de março pelo Banco
Central, a autoridade monetária manteve a estimativa de que o IPCA fecharia
2024 em 3,5% no cenário base. A projeção, no entanto, pode ser revista na nova
versão do relatório, que será divulgada no fim de junho.
As previsões do mercado estão mais otimistas que as
oficiais. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições
financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 3,73%,
abaixo portanto do teto da meta. Há um mês, as estimativas do mercado estavam
em 3,76%.
Crédito mais barato
A redução da taxa Selic ajuda a estimular a economia. Isso
porque juros mais baixos barateiam o crédito e incentivam a produção e o
consumo. Por outro lado, taxas mais baixas dificultam o controle da inflação.
No último Relatório de Inflação, o Banco Central aumentou para 1,9% a projeção
de crescimento para a economia em 2024.
O mercado projeta crescimento um pouco melhor. Segundo a
última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de
2,05% do PIB em 2024.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos
públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de
referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima,
o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque
juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.
Fonte: Brasil 247
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