Thierri Moraes, ex-funcionário do DMAE, tornou-se diretor e sócio da Bombas Sinos, empresa que fiscalizava
Uma das empresas responsáveis
pela manutenção do sistema de contenção de inundações de Porto Alegre, a Bombas
Sinos, conta entre seus sócios com Thierri Moraes, um ex-funcionário da
prefeitura que, há dois anos, era responsável pela fiscalização da empresa.
Moraes trabalhou no Departamento Municipal de Água e Esgotos (DMAE) entre 2017
e outubro de 2020, onde, entre outras funções, fiscalizava os contratos da
Bombas Sinos, fornecedora que detém os maiores contratos de manutenção do
sistema antienchente da cidade, totalizando mais de R$ 6 milhões, revela
reportagem do The Intercept Brasil.
Em 2020, Moraes deixou a prefeitura e passou a trabalhar
para a Bombas Sinos. A empresa foi multada pelo Conselho Regional de Engenharia
e Arquitetura do Rio Grande do Sul (CREA-RS) no ano passado, devido a falhas na
fiscalização de serviços de manutenção nas casas de bombas do sistema de
proteção contra cheias. A multa foi aplicada enquanto Moraes ainda era o fiscal
responsável.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul investiga possíveis
falhas na manutenção do sistema de proteção contra cheias, que contribuíram
para a enchente histórica recente na cidade. A Bombas Sinos afirma que as
falhas se devem a problemas de concepção do projeto original, e não à
manutenção prestada.
Thierri Moraes assumiu um cargo comissionado no DMAE em
2017, durante a gestão de Nelson Marchezan Jr. Em 2019, foi nomeado titular
fiscal do contrato com a Bombas Sinos pelo então secretário de Serviços
Urbanos, Ramiro Rosário. Moraes deixou a prefeitura em outubro de 2020 e, um
mês depois, passou a ser diretor comercial da Bombas Sinos. Em dezembro de
2023, tornou-se sócio da empresa.
A Bombas Sinos, além dos contratos de manutenção do sistema de
proteção contra cheias, também possui outros contratos com a prefeitura,
incluindo um acordo de R$ 1,5 milhão para fornecimento e instalação de
comportas automáticas nas estações de bombeamento de esgoto pluvial misto.
A gestão do DMAE tem sido alvo de críticas e denúncias de
precarização, apontadas como parte de uma estratégia para justificar a
privatização do departamento. A redução no número de funcionários e nos
investimentos ao longo dos anos tem comprometido a capacidade técnica e
operacional do órgão.
Fonte: Brasil 247 com informações do The Intercept Brasil
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