Ciro Gomes (PDT). Foto: Maria Isabel Oliveira
Em entrevista concedida ao jornal O Globo, o candidato derrotado do PDT
às eleições presidenciais de 2022, Ciro Gomes, reclamou do isolamento político
que vem sofrendo após o rompimento com seu irmão, Cid e se comparou a Getúlio
Vargas e Leonel Brizola. Leia trechos:
Em um discurso
na quinta-feira na sede do PDT, o senhor disse que era a primeira vez que saía
da toca desde quando perdeu a eleição em 2022. Por que ficou recluso?
A eleição me chocou profundamente e matou em mim a
crença no sistema democrático brasileiro. No minuto que perdi a eleição, senti
uma espécie de deslegitimação do meu direito de participar. (…)
Política envolve
o convencimento de outros, mas o senhor não tem conseguido convencer os que
estão ao seu lado. Virou uma batalha quixotesca?
Virou. Portanto, tenho que mudar de linguagem. Tenho
clareza disso. É a minha grande frustração. Nunca tive a ilusão de que esse
conjunto de ideias pudesse ser popular. Mas não quero mais submetê-las a essa
coisa eleitoral. Sou isolado? Sou. Imagina quantos isolamentos sofreu Getúlio
Vargas. Brizola também morreu completamente isolado.
Ciro Gomes e Camilo Santana, a quem hoje chama de “monstro”. Foto: Reprodução
O isolamento se reflete também nas ofensas dirigidas à senadora Janaína
Farias (PT), que resultaram numa denúncia do Ministério Público contra o senhor
por violência política de gênero?
Uma confusão que fizeram comigo, argumentando misoginia.
Durante uma entrevista de 47 minutos, fiz uma denúncia contra o ministro da
Educação (Camilo Santana) por dois minutos. Não foi contra a cidadã. Foi contra
o ministro, que manipula de forma absolutamente patrimonialista e corrupta o
Ceará. Um monstro que ajudei a criar. Ele nomeou a primeira suplente para uma
dessas secretarias para dar passagem à segunda suplente (Janaína Farias). Faça
quatro perguntas básicas a ela sobre geografia, economia, demografia do
Ceará…Você vai ver. Se fosse um homem, seria a mesma coisa. Mas, por ser
mulher, não pode.
Fonte: DCM
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