Carros alagados em São Leopoldo (RS). Foto: Nelson Almeira/AFP
Conforme a projeção da consultoria
Bright Consulting, mais de mil veículos novos foram afetados pela enchente no
Rio Grande do Sul, além de mais de 200 mil carros seminovos e usados, que
estavam tanto em circulação quanto estacionados.
As imagens da tragédia mostram carros boiando ou destruídos, e é
curioso observar que muitos deles têm sido encontrados com o porta-malas aberto
– uma cena comum em outras catástrofes semelhantes ao redor do mundo e em
diferentes momentos.
Há várias explicações para esse fenômeno. A maioria dos
casos envolve ações criminosas que se proliferaram durante esse período no
estado. Apesar das autoridades terem destacado profissionais para lidar com
essa ameaça e de proprietários e civis estarem envolvidos em patrulhas, os
furtos de bens alagados, incluindo veículos e seus pertences, continuam
ocorrendo diariamente.
Mesmo em áreas de grande movimentação e em climas
normais, o conteúdo do porta-malas costuma ser visado. Embora molhados, alguns
itens como pneu reserva, macaco e chave de roda ainda têm valor no mercado,
pois não costumam ficar inutilizáveis, pelo menos a curto prazo.
“Via de regra, a abertura do
porta-malas de carros alagados acontece intencionalmente, o que tem mais é ação
de marginais”, diz Erwin Franieck, diretor-presidente da SAE4Mobility,
instituto de ciência, tecnologia e inovação da mobilidade brasileira, ao UOL.
Carros submersos durante as enchentes no Rio Grande do Sul — Foto: Carlos FABAL / AFP
Além das ações criminosas, há também o esforço dos proprietários e de
outras pessoas para salvar o que for possível.
Outro aspecto relevante é que, segundo a empresa de
leilões de veículos Copart, após o resgate de um carro alagado, o porta-malas é
frequentemente deixado aberto para facilitar a secagem do veículo após a
lavagem, o que pode ajudar a minimizar o mau cheiro causado pela umidade.
Vale destacar ainda que carros mais antigos podem ter
abertura manual do porta-malas, enquanto os modelos mais recentes costumam vir
equipados com travas elétricas, uma tecnologia amplamente difundida nas últimas
décadas. Essas travas, quando em contato com a água energizada, podem ser
acionadas involuntariamente, abrindo o compartimento de bagagens, conforme
Franieck esclarece.
“Em caso de bateria descarregada ou
curto-circuito, o porta-malas deve permanecer fechado. Porém, fios de
eletricidade de postes, que acabaram sendo submersos, podem gerar uma descarga
elétrica que pode ter afetado as travas elétricas através da água, abrindo o
porta malas e, eventualmente, outras portas do veículos”, analisou.
Fonte: DCM
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