Previsão do IPCA passou de 3,5% para 3,7%
As recentes enchentes
no Rio Grande do Sul levaram o governo federal a revisar a previsão de inflação
para 2024, que subiu de 3,5% para 3,7%, conforme o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA). Para 2025, a estimativa também foi ajustada, passando
de 3,1% para 3,2%, de acordo com reportagem do
Valor.
Essas alterações refletem tanto a desvalorização cambial
quanto os efeitos das chuvas na oferta de produtos agrícolas, como arroz,
carnes e aves. As novas projeções foram divulgadas ontem pela Secretaria de
Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda no Boletim Macrofiscal, que
atualiza a cada dois meses as expectativas para variáveis como PIB e inflação.
Atualmente, o Banco Central (BC) direciona a taxa Selic tendo
como meta a inflação de 2025, fixada em 3% com uma margem de 1,5 ponto
percentual para mais ou para menos. Além do IPCA, o Ministério da Fazenda
também revisou as previsões para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC), aumentando-as de 3,25% para 3,5% para 2024 e de 3% para 3,1% para 2025.
Segundo o boletim Focus do BC, o mercado prevê um
crescimento do PIB de 2,1% em 2024 e de 2% em 2025, enquanto a previsão para o
IPCA é de 3,76% em 2024 e 3,66% em 2025.
Em coletiva de imprensa, a subsecretária de Política
Macroeconômica do Ministério da Fazenda, Raquel Nadal, afirmou que os preços
dos alimentos consumidos em casa devem subir em maio devido às chuvas no Rio
Grande do Sul, mas que isso será revertido conforme a oferta se normalize.
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello,
informou que os impactos das enchentes sobre o PIB ainda não foram calculados e
que isso será feito no Boletim Macrofiscal de julho. Ele destacou a falta de
dados completos sobre a paralisação das atividades e os efeitos das medidas de
reconstrução e auxílio ao estado.
Nadal ressaltou que os incentivos fiscais e de crédito
anunciados pelo governo federal podem aliviar significativamente os impactos
econômicos das chuvas no Rio Grande do Sul.
O governo federal revisou para cima a previsão de
crescimento do PIB para 2024, de 2,2% para 2,5%, mantendo a projeção de 2,8%
para 2025. A SPE justificou a revisão com base em maiores contribuições
esperadas da demanda interna e do setor externo. O crescimento robusto das
vendas no varejo e dos serviços às famílias, o aumento na criação de empregos e
a expansão do crédito foram fatores decisivos para essa revisão.
Fonte: Brasil 247 com reportagem do Valor
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