A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Agência Brasil
A Controladoria-Geral da União (CGU)
iniciou um processo administrativo contra a Cedro do Líbano, uma empresa de
materiais de construção fornecedora do governo federal, por pagamentos
suspeitos a um ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O UOL revelou no ano passado que esses pagamentos foram destinados ao
segundo-sargento Luis Marcos dos Reis, que posteriormente realizou saques em
dinheiro vivo e cobriu despesas de um cartão de crédito utilizado por Michelle
Bolsonaro (PL) em pelo menos três ocasiões.
De acordo com a Polícia Federal (PF), o militar fez pelo
menos 12 depósitos em dinheiro na conta de uma tia da então primeira-dama. A
defesa dela afirmou desconhecer esses repasses e negou qualquer irregularidade.
A Cedro do Líbano foi contratada pela Codevasf (Companhia de Desenvolvimento
dos Vales do São Francisco e Parnaíba), pelo IFTO (Instituto Federal do
Tocantins) e pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo).
A empresa está sendo investigada pela Polícia Federal e
agora enfrenta um processo administrativo de responsabilização (PAR) instaurado
pela CGU com base na Lei Anticorrupção. O objetivo é determinar se houve
concessão de vantagens indevidas a servidores públicos.
Controladoria-Geral da União (CGU)
Se confirmadas as irregularidades, a Cedro do Líbano pode ser
penalizada com multas e proibida de firmar novos contratos com a administração
pública. Além das transferências recebidas da empresa, o ajudante de ordens
também manteve movimentações financeiras intensas com Vanderlei Cardoso de
Barros, marido de uma das sócias. Cardoso afirmou que as transferências eram
referentes a um consórcio, um negócio privado com o sargento Luís Marcos dos
Reis.
A empresa, com sede em Goiânia (GO), recebeu R$ 301 mil
em recursos do governo federal e, segundo o Coaf (Conselho de Controle de
Atividades Financeiras), teve movimentações financeiras atípicas de R$ 32
milhões. A Cedro do Líbano venceu três pregões eletrônicos que resultaram em
contratos com o governo federal em 2021, durante a gestão Bolsonaro.
A Codevasf contratou a Cedro do Líbano para fornecer
quatro plantadeiras e adubadeiras mecanizadas. Em 2023, a companhia confirmou a
entrega correta dos equipamentos e declarou desconhecer qualquer relação entre
os sócios da empresa e terceiros.
Fonte: DCM
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