A
defesa argumenta que a delação premiada do ex-PM Ronnie Lessa é a única base
para a prisão do delegado
O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa,
apresentou um pedido de reconsideração ao ministro Alexandre de Moraes, do
Supremo Tribunal Federal (STF), para reverter sua prisão preventiva. Barbosa
está preso desde 24 de março sob a acusação de planejar o homicídio da
vereadora Marielle Franco e proteger os mandantes do crime. No novo pedido, o
delegado solicita a revogação da prisão ou a substituição por medidas
cautelares.
No agravo regimental protocolado nesta terça-feira (28), a
defesa de Barbosa, representada pelos advogados Marcelo Ferreira e Felipe
Dalleprane, argumenta que a delação premiada do ex-policial militar Ronnie
Lessa é a única base para a prisão do delegado. Eles afirmam que a narrativa da
Polícia Federal não apresenta provas concretas que liguem Barbosa aos supostos
mandantes do crime ou que indiquem contatos, reuniões, ou recebimento de
vantagens econômicas.
“A narrativa da Autoridade Policial é aberta, sem demonstrar
qualquer tipo de evidência de vinculação entre Rivaldo Barbosa e os
supostos mandantes, de eventuais contatos e reuniões, ou do recebimento de
qualquer tipo de vantagem econômica. O relatório da Polícia Federal, seguido
pela denúncia da PGR, não apresenta sequer uma conduta concreta e
individualizada a ser imputada ao agravante que corrobore a narrativa
registrada na colaboração premiada de Ronnie Lessa”, afirmam os advogados.
A defesa também rebate as acusações de que Barbosa utilizava
empresas de fachada para lavar dinheiro de propina. Segundo eles, não há provas
de irregularidades envolvendo as empresas de Barbosa e sua esposa. Além disso,
durante a busca e apreensão em sua residência, não foi encontrado dinheiro em
espécie, reforçando a compatibilidade do patrimônio com as receitas obtidas ao
longo dos anos na atividade policial e como professor universitário.
“Vale dizer que, além da devassa realizada nas contas de
Rivaldo e de sua família, não foi apreendido sequer um real em espécie por
ocasião da diligência de busca e apreensão em sua residência. Os registros do
cumprimento do mandado de busca e apreensão e prisão reforçam a ideia de
absoluta compatibilidade do patrimônio com as receitas auferidas em função de
anos de atividade policial e como professor universitário”, alegam os
advogados.
Em resposta a um bilhete de Barbosa, o ministro Alexandre de
Moraes determinou que a Polícia Federal tome o depoimento do delegado no prazo
máximo de cinco dias. Cerca de um mês atrás, Barbosa já havia solicitado ao STF
que fosse ouvido pela Polícia Federal, alegando que ainda não tinha sido
interrogado, mesmo com ordem judicial.
Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário