O Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens aponta que existem 26 mil barragens no país, sendo que 2.946 delas contam com algum grau de risco de rompimento.
Brasil de Fato - Desde
a última semana, o governo do Rio Grande do Sul monitora a Usina Hidrelétrica
(UHE) Bugres, cujo risco de rompimento é iminente. As hidrelétricas 14 de
Julho, que já teve rompimento parcial, em Bento Gonçalves, e Dona Francisca, em
Nova Palma, além da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Salto Forqueta, em São
José do Herval/Putinga, estão em nível de alerta. Ou seja, exigem providências
para manutenção das condições de segurança.
Não por pouco, os extremos climáticos, que têm se
intensificado no Brasil e provocaram a destruição de municípios inteiros no Rio
Grande do Sul nas últimas semanas, trazem uma preocupação extra aos brasileiros
que vivem no entorno das barragens com risco de rompimento em todo o país. “A
estrutura destas obras está preparada para chuvas severas como as que atingiram
os municípios gaúchos?”, muitos se questionam.
O Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens
(SNISB) aponta que existem, pelo menos, 26 mil barragens no país, sendo que
2.946 delas contam com algum grau de risco de rompimento.
Ao todo, um milhão de pessoas vive em áreas ameaçadas pelo
rompimento desses reservatórios. São estruturas antigas que não comportam
grande quantidade de chuvas. Quando rompem, quem mais sofre, como sempre, é a
população mais pobre. Existem milhares de barragens não vistoriadas e elas são
um perigo, não só no Rio Grande do Sul, mas em todo o Brasil.
Apesar disso, em 2019, o governador Eduardo Leite (PSDB) revogou
o decreto que regulamentava a Política Estadual dos Atingidos por
Empreendimentos Hidrelétricos no Estado do Rio Grande do Sul.
A lei previa justamente a implementação de medidas de
segurança e reparação para comunidades que vivem próximas aos empreendimentos.
Ou seja, era um instrumento legal que poderia ser usado para garantir a
proteção da vida dos atingidos a partir de ações de fiscalização, criação de
planos emergenciais e envolvimento da população na formulação de políticas para
a prevenção de desastres, entre outras garantias.
Deterioração das barragens
Por isso, hoje, a situação dos atingidos é de grande
apreensão. Pois, à medida que as chuvas se intensificam, as águas penetram e
encharcam os solos, chegando até as represas, aumentando seu volume e
provocando o transbordamento. Segundo especialistas, outra consequência dos
eventos extremos é a forte infiltração de água na estrutura das barragens, o
que pode dissolver partes sólidas de sustentação. Vale destacar que o impacto
desses eventos é cumulativo e que alguns municípios do Rio Grande do Sul já foram
atingidos três vezes por grandes enchentes somente no último ano.
São muitos os riscos associados: chuvas intensas, falta de
fiscalização e até estruturas de barragens abandonadas. Um exemplo é a barragem
da Lomba do Sabão, que fica na divisa entre os municípios de Viamão e Porto
Alegre.
É uma barragem feita nos anos 1940, que há 10 anos foi
desativada e, desde então, está abandonada pelos prefeitos neoliberais que se
sucederam aqui na capital.
Então, essa mistura de precarização, de abandono dessas
estruturas, de irresponsabilidade, de falta de fiscalização do Estado
transforma o entorno das barragens em um local de exclusão, um local de
sofrimento, um território de sofrimento, para o povo que vive perto dessas
estruturas.
Leia a reportagem completa no Brasil de Fato.
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