Segundo o assassino de Marielle, os irmãos Brazão teriam infiltrado espiões no Psol para monitorar a vida de políticos do partido
A delação homologada pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) de Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora
Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, trouxe à tona detalhes
alarmantes sobre espionagem de figuras do Psol. Segundo Lessa, o plano de vigilância
não visava apenas Marielle, mas também outros membros importantes do partido.
Durante seu depoimento à Polícia Federal, obtido pelo
Fantástico, da TV Globo, Lessa afirmou que os irmãos Domingos e Chiquinho
Brazão foram os responsáveis por infiltrar Laerte Silva de Lima e sua esposa,
Erileide Barbosa da Rocha, no Psol. O casal, descrito como um “braço armado” da
milícia de Rio das Pedras, atuava diretamente para obter informações sobre as
atividades internas do partido, explica o g1.
“O Domingos, por exemplo, não tem papas na língua. Ele
simplesmente fala que colocou, digamos assim, um espião no Psol, no partido da
Marielle. E o nome desse espião seria Laerte, que é uma pessoa do Rio das
Pedras, que depois eu soube se tratar de um miliciano. Uma pessoa responsável
por várias atividades da milícia lá. E essa pessoa trazia informações para os
irmãos com relação ao Psol em si,” declarou Ronnie Lessa em depoimento.
Além de Marielle, a espionagem se estendia a outros
políticos do Psol. Nomes como Marcelo Freixo, Renato Cinco e Tarcísio Motta
também eram alvos de interesse. "Ele falava sempre do Marcelo Freixo.
Falava do Renato Cinco. Tarcísio Motta... E demonstrava, assim, um interesse
diferenciado por essas pessoas," continuou Lessa.
Em resposta às revelações, Marcelo Freixo declarou que Ronnie
Lessa “é um psicopata.” “Quantas pessoas ele matou antes da Marielle? A
psicopatia dessa pessoa, bem como sua covardia, se somam a um Rio de Janeiro
onde crime, polícia e política não se separam,” afirmou.
A filiação de Laerte e Erileide ao Psol ocorreu em abril
de 2017, coincidindo com o período em que Lessa começou a pesquisar na internet
sobre Marcelo Freixo, uma das figuras mais proeminentes do partido. Em 2019,
Lessa admitiu ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ter buscado
informações sobre o então deputado federal.
O Psol, por sua vez, declarou que o casal
foi expulso do partido em dezembro de 2020. “Sua real atuação já era de
conhecimento do partido desde meados de 2019, mas não foram tomadas iniciativas
por estarem sob investigação. Os fatos mostram que as milícias não possuem
limites em sua atuação criminosa e contam, por muitas vezes, com o apoio de
agentes do Estado, quando eles próprios não o são,” disse o partido em nota
oficial.
Fonte: Brasil 247 com informações do g1
Nenhum comentário:
Postar um comentário