Fala do influenciador digital no simpósio “Regulação de Plataformas Digitais” foi excluída do canal do Legislativo no YouTube, mas outros canais já tinham compartilhado o vídeo
A Câmara dos Deputados
excluiu de suas plataformas de mídia os vídeos e registros de áudio da
participação do influenciador digital Felipe Neto no simpósio “Regulação de
Plataformas Digitais e a urgência de uma agenda”.
O vídeo, no entanto, já tinha sido compartilhado por
outros canais (veja abaixo).
A palestra de Felipe Neto viralizou quando o influenciador se
referiu ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), como “excrementíssimo”,
termo que originou uma disputa judicial por parte do parlamentar.
O simpósio foi realizado na tarde de terça-feira (23), e
os debates trataram na maior parte sobre o PL 2630/2020, conhecido como “PL das
Fake News”, aprovado no Senado e discutido na Câmara sob relatoria do deputado
Orlando Silva (PCdoB-SP). No dia 9, Arthur Lira decidiu refazer o grupo de
trabalho do projeto, afirmando não haver condições para formação de um acordo
de votação do texto original.
O presidente, ao tomar conhecimento da fala de Felipe Neto, o
acionou por injúria qualificada na delegacia da Polícia Legislativa,
informa o Correio Braziliense.
Em suas redes sociais, Felipe Neto considerou reprovável a
reação de Lira, e explicou que o objetivo do termo era satirizar o termo
“excelentíssimo” sem intenção de ofender a honra do parlamentar.
O deputado respondeu na madrugada desta sexta-feira (26). Ele
disse que se confunde “liberdade de expressão com o direito a ofender, difamar
e injuriar”, e que o influenciador o chamou de tal forma para “escrachar e
ganhar mídia e likes”, não configurando liberdade de expressão.
Na tarde do mesmo dia, os vídeos do simpósio, disponíveis
em três partes no canal do Youtube da Câmara dos Deputados, não possuem mais o
trecho com os discursos de Felipe Neto.
O mesmo acontece com os registros de áudio, onde seu nome sequer
é citado entre os oradores. A exclusão foi observada pelo Congresso em Foco às
16h30, e a situação permaneceu a mesma às 16h50, momento em que é redigida a
presente matéria.
A assessoria de comunicação da Câmara dos Deputados foi
questionada sobre o motivo da exclusão, bem como a origem da orientação para
que o trecho fosse removido. Até o momento, não houve resposta.
Fonte: Brasil 247
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