A União, detentora de 43% do capital da empresa após a privatização no governo Jair Bolsonaro, viu seus poderes de voto limitados a uma fatia de 10%
A Assembleia de
Acionistas da Eletrobras, realizada de forma híbrida nesta sexta-feira, foi
palco de embates entre representantes da companhia e do governo, BNDES e Previ,
o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. Segundo o jornal O Globo, os representantes do governo
solicitaram à Eletrobras informações sobre quais instituições do "grupo
União" estavam participando da assembleia e qual seria o volume de ações
de cada uma dessas entidades, alegando a necessidade de transparência no
processo de votação. No entanto, a companhia se recusou a fornecer tais
informações, alegando confidencialidade.
Ivo Timbó, representante da União e procurador da Fazenda
Nacional, expressou sua perplexidade diante da falta de clareza sobre a
caracterização da União pela empresa, questionando se esta era considerada como
um "ente político" ou como parte de um "grupo". A União,
detentora de 43% do capital da empresa após a privatização no governo Jair
Bolsonaro (PL), viu seus poderes de voto limitados a uma fatia de 10%. Os
representantes do governo destacaram a importância de compreender como os votos
de cada instituição seriam contabilizados, considerando que a União, como ente
político, tem um peso de votação restrito.
Tiago Tadeu Silva, representante do BNDES, e Matheus Assis,
representante da Previ, endossaram as preocupações da União, solicitando
transparência sobre a contabilização dos votos do grupo União.
No entanto, o presidente da mesa negou os pedidos,
alegando questões de confidencialidade, e afirmou que as informações seriam
disponibilizadas de forma privada para cada participante. Esta recusa gerou
novos questionamentos por parte dos representantes da União, que expressaram a
necessidade de fiscalizar a atuação da companhia e entender como os votos
estavam sendo computados.
O presidente da mesa explicou que fazem parte do "grupo
União" diversas entidades, incluindo a União Federal, BNDES, BNDESPar,
FND, FGHAB, Bancos do Nordeste, BB DTVM, Caixa DTVM, Petros e Previ. No
entanto, a proporção ajustada do grupo União não ultrapassaria os 10%.
A votação da pauta revelou a oposição entre o governo e a
empresa, com a União rejeitando a proposta de destinação de resultados e a
fixação da remuneração global anual dos administradores. A Eletrobras havia
informado que irá distribuir R$ 1,296 bilhão em dividendos referentes a 2023,
39% maiores do que os R$ 863,4 milhões pagos em 2022.. Além disso, os indicados
da União para o Conselho Fiscal não foram aprovados.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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