A investigação apontou que a quadrilha utilizou uma empresa do ramo de efeitos cinematográficos para armazenar materiais bélicos importados de forma irregular
A Polícia Federal
deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Ficção ou Realidade com o
objetivo de apurar a prática de tráfico internacional de armas de fogo e
acessórios oriundos dos Estados Unidos, além de comércio clandestino de
material bélico a facções criminosas e milícias cariocas.
De acordo com nota emitida pela PF, “na ação de hoje,
policiais federais cumprem seis mandados de busca e apreensão, expedidos pela
2ª Vara Federal Criminal no Rio de Janeiro, em endereços residenciais
localizados nas cidades do Rio de Janeiro, Curitiba e Maringá/PR”.
A polícia indica ainda que a investigação, que foi iniciada com
base em informações da Receita Federal, revelou que o grupo investigado
importava material bélico de forma irregular e contratou uma empresa do ramo de
efeitos cinematográficos para armazenar clandestinamente os armamentos, sob a
premissa de estar lidando com materiais de efeito não lesivo destinados ao
serviço de show pirotécnico, de maneira que não levantasse suspeita sobre a
atividade criminosa. Em janeiro deste ano, autoridades estadunidenses
apreenderam em Miami, expressiva quantidade de material bélico que estava
prestes a ser enviado clandestinamente ao território nacional. Na
ocasião, foram apreendidos: 261 carregadores de alta capacidade, geralmente
*utilizados por milicianos e traficantes para exercer domínio territorial,
visto que comportam até 90 munições de grosso calibre e alto poder destrutivo;
e 88 acessórios de conversão de armas de fogo chamados de “Kit Roni”, que
conferem maior estabilidade e precisão ao armamento, assim como transformam
armas semi-automáticas em armas automáticas ou que disparam rajadas de tiros.
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico
internacional e comércio clandestino de armas de fogo e acessórios, além de
associação criminosa. Caso sejam condenados, eles poderão receber pena de até
31 anos de reclusão.
A operação contou com o apoio da Força
Integrada de Combate ao Crime Organizado no Estado do Rio de Janeiro
(FICCO/RJ), do Serviço de Aduanas e Proteção de Fronteiras dos EUA em Miami
(CBP-MIA), Divisão de Segurança de Contêineres dos EUA em Santos (CSI/CBP) e da
Força-Tarefa Internacional de Combate ao Tráfico de Armas e Munições (FICTA),
unidade supervisionada pelo Serviço de Repressão ao Tráfico de Armas da Polícia
Federal e composta por PF, Secretaria Nacional de Segurança Pública do
Ministério da Justiça e Homeland Security Investigations (HSI) – principal
braço investigativo do Department of Homeland Security (DHS) dos Estados Unidos.
Fonte: Brasil 247
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