Diego de Lima Gualda apresentou uma carta de renúncia após Moraes reafirmar que os representantes da empresa no Brasil seriam responsabilizados por eventuais violações
Na última
quarta-feira (10), Diego de Lima Gualda, advogado e cientista político que
ocupava o cargo de administrador do braço brasileiro do X, antigo Twitter,
apresentou sua renúncia, conforme registros da Junta Comercial do Estado de São
Paulo (Jucesp), informa a Folha de S. Paulo. A renúncia, datada dois
dias antes, ocorreu em meio às crescentes tensões entre o dono da empresa, o
multibilionário Elon Musk, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Alexandre de Moraes. Até a noite desta sexta-feira (12), não havia sido designado
um novo administrador para o X Brasil, deixando um vácuo de liderança na
empresa.
A renúncia de Gualda ocorreu logo após Moraes negar um
pedido da empresa para transferir a responsabilidade por possíveis
descumprimentos de ordens judiciais para o X internacional. Os advogados da
empresa argumentaram que a filial brasileira não possuía autoridade para tomar
decisões relacionadas ao cumprimento de ordens judiciais, mas Moraes refutou
esse argumento, afirmando que a empresa e seus representantes legais eram
plenamente responsáveis perante a justiça brasileira.
Em sua decisão, Moraes citou Gualda, que assumiu o cargo em
agosto de 2021, sucedendo Fiamma Zarife. O nome de Gualda foi mencionado nos
chamados "Twitter Files - Brazil", uma série de postagens na
plataforma feitas pelo jornalista e ativista Michael Shellenberger, que
expuseram postagens no X com uma série de críticas a Moraes. Em uma das
mensagens, datada de agosto de 2021, Gualda mencionou um "forte componente
político" em uma investigação, sugerindo pressões do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) sobre a plataforma. Depois da publicação do "Twitter Files",
Musk passou a atacar publicamente Moraes e ameaçou reativar perfis bloqueados
por ordens judiciais. Em resposta, o ministro incluiu Musk no inquérito das
milícias digitais e impôs multas e responsabilidades legais à empresa no Brasil.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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