Alimentos e medicamentos estão entre os setores mais afetados nos três primeiros meses do ano
A crise de consumo na Argentina está atingindo todos os setores do mercado interno. Desde supermercados até itens dependentes de crédito, como eletrodomésticos e automóveis, e até mesmo restaurantes e farmácias, estão enfrentando dificuldades. Mesmo com a redução da inflação nos últimos meses, a recessão persiste, especialmente nos setores ligados aos salários e ao emprego.
— Estamos diante de um processo inédito que está levando todas as empresas a redefinir suas estratégias de negócios — explica Guillermo Oliveto, titular da consultoria W.
A consultoria MAP relata que o consumo teve queda acumulada de 10% nos primeiros três meses de 2024, com projeções de recuo de 6% para o ano, e uma recuperação esperada apenas em 2025.
Alimentos e medicamentos estão entre os setores mais afetados, com uma queda de 10% nas vendas de produtos essenciais. Os consumidores estão recorrendo a marcas mais acessíveis, e até mesmo as farmácias estão observando uma redução nas vendas de tratamentos prolongados.
Mesmo o comércio eletrônico, que antes parecia imune à crise, agora está enfrentando desafios, com uma queda de 5% nas vendas no primeiro trimestre de 2024 em comparação com o ano anterior.
— Há uma migração do consumo para itens de menor valor, por um lado impulsionado pela mudança no mix de categorias e, por outro lado, por maior participação de produtos mais baratos nas vendas de uma mesma categoria. Também vemos um crescimento no número de visitas à plataforma. Só que hoje os usuários são mais cautelosos na hora de fazer a compra, reduzindo a despesa e gastando mais tempo comparando opções — observou Adrián Ecker, presidente do Mercado Livre na Argentina.
Os setores de construção e venda de eletrodomésticos também estão sendo afetados. As vendas de insumos para construção tiveram uma queda de 32%, enquanto as vendas de eletrodomésticos estão em média 40% abaixo de 2023.
Diante desse cenário, as empresas estão implementando estratégias como descontos e parcelamentos sem juros para atrair consumidores.
Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo.
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