Ministro afirma que obra ‘é um benefício para a população de Vitorino Freire e a pavimentação é demanda antiga dos moradores’
A Polícia Federal agendou o testemunho do Ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), para o dia 10 de maio, como parte da Operação Odoacro, que investiga possíveis desvios de emendas parlamentares destinadas à pavimentação de ruas em Vitorino Freire, no interior do Maranhão. A cidade é governada por Luanna Rezende, irmã de Juscelino, que foi afastada do cargo no ano passado e depois retornou às suas funções.
O depoimento está marcado para ocorrer na sede da PF, em Brasília, marcando a primeira vez que um ministro desta gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será interrogado pela polícia. O Ministério das Comunicações divulgou que Juscelino é “o maior interessado na elucidação deste caso”. Em uma entrevista em fevereiro, o ministro demonstrou sua calma diante das investigações e se dispôs a oferecer esclarecimentos.
Ele ressaltou que cabe ao parlamentar indicar as emendas e que a execução fica sob responsabilidade do Executivo, com os órgãos de controle fiscalizando. Juscelino também mencionou que a empresa encarregada da obra investigada pela PF é uma grande empresa no Maranhão, envolvida em várias outras obras na região.
A emenda parlamentar sob investigação foi indicada por Juscelino quando ele era deputado federal. Os recursos foram repassados através da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) do Maranhão. Um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que 80% da estrada custeada pela emenda beneficiou propriedades dele e de seus familiares na região, conforme reportado pelo jornal “Folha de S. Paulo”.
Em sua declaração, o ministro afirmou que a obra em questão “é um benefício para a população de Vitorino Freire e a pavimentação é uma demanda antiga dos moradores”. Ele explicou que a estrada conecta 11 povoados, onde centenas de pessoas enfrentam grandes dificuldades diariamente para se deslocarem ao trabalho, escolas, hospitais e postos de saúde, especialmente durante períodos chuvosos, quando a via se torna intransitável, isolando essa população.
A obra de pavimentação da estrada teve um custo estimado em R$ 7,5 milhões e foi realizada pela construtora Construservice, cujo sócio oculto era o empresário Eduardo José Barros Costa, também conhecido como “Eduardo DP” ou “Imperador”. Um relatório da PF sugere que Juscelino poderia estar envolvido em uma “organização criminosa” com o empresário, com base em mensagens analisadas pelos investigadores no celular de Eduardo DP entre 2017 e 2020. O ministro provavelmente será questionado sobre a relação que mantinha com o empresário, que é mencionado em outros inquéritos policiais como agiota.
Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo.
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