Controvérsia surge após Haddad, em entrevista publicada neste sábado, criticar a capacidade do Executivo de impor sua agenda ao Legislativo
Em meio a um embate
político sobre responsabilidade fiscal e autonomia do Congresso, o presidente
do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), rebateu as críticas do ministro da
Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista à Folha de S.Paulo. Em nota enviada à
imprensa neste sábado (27) e publicada pela Folha, Pacheco destacou a distinção entre
responsabilidade fiscal e adesão integral às políticas do Executivo.
"Uma coisa é ter responsabilidade fiscal, outra bem
diferente é exigir do Parlamento adesão integral ao que pensa o Executivo sobre
o desenvolvimento do Brasil", afirmou o senador mineiro.
Pacheco enfatizou que o progresso do país não se resume à
austeridade fiscal, mas também depende da geração de riquezas, tecnologia,
crédito, oportunidades e empregos. Ele citou medidas legislativas aprovadas
pelo Congresso, como o teto de gastos, a reforma da Previdência e marcos
regulatórios, incluindo o do saneamento básico, como contribuições importantes
para o avanço nacional.
"Portanto, a admoestação do ministro Haddad, por quem
tenho respeito, é desnecessária, para não dizer injusta com o Congresso",
acrescentou Pacheco.
A controvérsia surge após Haddad, em entrevista publicada neste
sábado, criticar a capacidade do Executivo de impor sua agenda ao Legislativo.
O ministro também apontou exemplos de propostas legislativas que, segundo ele,
foram "desidratadas" pelo Congresso, como a prorrogação da
desoneração da folha de pagamentos de empresas e prefeituras, medida
questionada pelo governo no Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Pacheco, “o progresso se assenta na geração de
riquezas, tecnologia, crédito, oportunidades e empregos, não na oneração do
empresariado, da produção e da mão de obra”.
A tensão entre os Poderes se intensifica
ainda mais com a recente ação do Senado no STF contra a suspensão de trechos da
lei que prorrogava a desoneração. Pacheco criticou a decisão liminar e destacou
o momento de busca por alinhamento entre o governo federal e o Congresso.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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