Relatório da PF aponta para o uso indevido de um processo sigiloso por parte de Moro para evitar questionamentos sobre valores obtidos por meio de acordos da Petrobras
Um relatório sigiloso
obtido por Camila Bomfim, do g1, revela mais condutas criminosas por
parte de integrantes da Operação Lava Jato. Entre as informações contidas no
documento, destaca-se a implicação do ex-juiz parcial e hoje senador Sergio
Moro (União Brasil-PR) em um processo sigiloso, levantando suspeitas sobre
repasses financeiros sem questionamentos.
Assinado pelo delegado da Polícia Federal Elzio Vicente da
Silva, em apoio à corregedoria comandada pelo ministro Luis Felipe Salomão, o
relatório aponta para um alegado uso indevido de um processo sigiloso por parte
de Moro. Segundo o documento, o ex-juiz teria utilizado essa medida para evitar
questionamentos sobre os valores obtidos por meio de acordos da Petrobras,
permitindo repasses sem escrutínio.
O relatório destaca que a instauração voluntária desse processo
sigiloso foi especificamente destinada a possibilitar a transferência não
questionada de valores oriundos de acordos de colaboração e leniência para a
conta da Petrobras. “O argumento central contido na hipótese criminal I é que a
instauração voluntária pelo então juiz Sergio Moro, , de um processo sigiloso ,
a representação criminal restrita ao juízo, Petrobras e integrantes da
força-tarefa da Lava Jato, foi feita especificamente para permitir o repasse
não questionado de valores oriundos de acordos de colaboração e de leniência
para a conta da Petrobras, alimentando a empresa com dinheiro dos acordos”.
Uma das preocupações levantadas é a intenção de direcionar
parte da multa que seria aplicada no âmbito da Lava Jato. O relatório aponta
que os envolvidos estavam cientes das investigações iniciadas nos Estados
Unidos em 2014 contra a Petrobras, bem como das demandas de acionistas
minoritários e das investigações cíveis em andamento no Ministério Público do
Estado de São Paulo. Com essa ciência, teriam buscado promover o direcionamento
de parte da multa por meio de ações do juízo e da atuação proativa de membros
da força-tarefa da Lava Jato. O documento também menciona uma atuação indevida
de integrantes da Lava Jato, que teriam assumido um papel de representação do
Estado brasileiro junto à Petrobras e às autoridades norte-americanas.
Fonte: Brasil 247 com informações do g1
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