Juiz Roberto Zanichelli Cintra, contudo, aceitou a denúncia do MP e tornou o empresário Fernando Sastre réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima
A Justiça negou nesta
terça-feira (30) o terceiro pedido de prisão feito pela Polícia Civil e pelo
Ministério Público (MP) contra o motorista de um Porsche envolvido em um
acidente de trânsito que resultou em uma vítima fatal e um ferido, no mês
passado, na Zona Leste de São Paulo.
Segundo o G1, apesar do pedido de prisão ter sido
negado, o juiz Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara do Júri, aceitou a
denúncia do MP e tornou o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho réu por
homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima, ambos na modalidade
por dolo eventual. A decisão permite que Fernando responda aos crimes em
liberdade, aguardando as próximas etapas do processo.
De acordo com a acusação, Fernando assumiu o risco de matar e
ferir ao dirigir em alta velocidade, como comprovado pela perícia, e
possivelmente embriagado, segundo relato de testemunhas. O acidente ocorreu em
31 de março deste ano, na Avenida Salim Farah Maluf, e resultou na morte do
motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana e em graves ferimentos no
estudante de medicina Marcus Vinicius Machado Rocha, que estava no banco do
passageiro do Porsche.
Imagens de câmeras de segurança registraram o Porsche
transitando a 156,4 km/h e colidindo na traseira de um Sandero a 114,8 km/h, em
uma via com limite de velocidade de 50 km/h. Além disso, testemunhas afirmaram
que Fernando havia consumido bebidas alcoólicas antes de assumir a direção do
veículo, embora o acusado tenha negado essa alegação durante interrogatório
policial.
Apesar da denúncia do MP e das evidências apresentadas, a
Justiça não concordou com o pedido de prisão preventiva do empresário, que já
havia sido alvo de solicitações anteriores de prisão temporária e preventiva,
também negadas. O MP argumentou que a prisão era necessária para evitar
influência sobre as testemunhas e destacou que Fernando teria tentado coagir
sua namorada a prestar falso testemunho em seu favor.
Os policiais militares presentes no local do acidente
foram criticados por terem liberado Fernando sem submetê-lo ao teste do
bafômetro, apesar de indícios de embriaguez. A atuação dos PMs está sendo
investigada pela Corregedoria da Polícia Militar, enquanto o inquérito policial
prossegue na busca por esclarecer os detalhes do ocorrido.
O processo seguirá com a marcação de uma
audiência de instrução para ouvir testemunhas e interrogar o réu. Caso seja
considerado culpado, Fernando Sastre poderá enfrentar uma pena que ultrapassa
20 anos de prisão.
Fonte: Brasil com informações do G1
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