A defesa informou ao ministro que seu cliente pretende esclarecer à PF “suas conversas e seu relacionamento com o tenente-coronel Mauro Cid
O tenente-coronel do Exército Ronald Ferreira de Araújo Júnior, investigado e alvo de busca e apreensão na Operação Tempus Veritatis, optou por ficar em silêncio quando convocado para prestar depoimento à Polícia Federal, em 22 de fevereiro.
Entretanto, ao longo de março, a estratégia de defesa de Araújo Júnior mudou, e seus advogados passaram a solicitar uma nova oportunidade para que ele seja ouvido pela PF, informa Guilherme Amado, do Metrópoles. Nesta quarta-feira (3), a questão foi levada ao conhecimento do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes pelos representantes legais do militar.
O primeiro pedido de nova oitiva foi enviado à PF em 13 de março. A resposta da polícia foi que não havia previsão para a realização de audiência com o militar. “Caso haja necessidade de ouvi-lo dentro dos autos, faremos contatos e alinharemos uma data”, afirmou uma escrivã da PF à defesa.
Na última quinta-feira (28/3), os advogados reiteraram o pedido à PF e sugeriram a data de 24 de maio para a oitiva, porém, segundo afirmaram a Moraes, não receberam resposta.
Na petição encaminhada ao ministro nesta quarta-feira, os advogados do tenente-coronel, afastado de sua função pública por determinação de Alexandre de Moraes, solicitaram que ele ordene à PF uma nova oitiva, na qual Araújo Júnior estaria disposto a responder às perguntas.
A defesa informou ao ministro que seu cliente pretende esclarecer à PF “suas conversas e seu relacionamento com o tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e os demais investigados, de forma clara e objetiva”.
As investigações da PF sobre o suposto golpismo no governo Bolsonaro indicaram que o militar e Mauro Cid trocaram “documentos eventualmente relacionados com medidas mais drásticas”, como o “Anexo B – Levantamento de Ações do TSE em Desfavor do Candidato Jair Bolsonaro” e o “Anexo A – Levantamento de Ações do STF em Desfavor do Governo Federal”, este último apontado na apuração como “possível complemento da minuta de decretação do estado de exceção, para reverter a ordem jurídica do país”.
“É de bom alvitre permitir que, sopesadas todas as circunstâncias ora postas, que demonstram que não haverá prejuízo algum ao andamento das investigações, o peticionante seja interrogado e exerça o seu direito de autodefesa, ainda que nesta fase procedimental”, afirmaram os defensores do tenente-coronel.
Fonte: Agenda do Poder com informações da coluna do jornalista Guilherme Amado, no Metrópoles
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