"A Alemanha enxerga o Brasil, sim, como fornecedor de energia limpa”, disse o ministro
Agência Brasil – O
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (5) que vê a
Alemanha como um parceiro promissor do Brasil no âmbito da transição energética
e do desenvolvimento sustentável, ao participar do evento Phenomenal World para
a América Latina, na capital paulista.
A questão do desenvolvimento baseado no equilíbrio
ecológico tem sido apresentada pelo governo federal como uma prioridade
diplomática desde o lançamento, em dezembro, do Plano de Transformação
Ecológica, apresentado por Haddad na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre
Mudanças Climáticas (COP).
“A Alemanha está também sofrendo a ameaça de um crescimento da
extrema direita. Mas hoje é o país que, do meu ponto de vista, olha para a
América do Sul, em geral, e para o Brasil, em particular, com um tipo de
apetite que é benéfico para os dois lados. Enxerga o Brasil, sim, como
fornecedor de energia limpa”, disse o ministro.
“E o Brasil vai poder ser um grande fornecedor de energia
limpa para o mundo, mas pode também ser um parceiro que se reindustrializa ou
neoindustrializa, como queiram, a partir de premissas novas, de economia
socialmente sustentável, ambientalmente sustentável e economicamente
sustentável”, acrescentou.
China e Estados Unidos
A declaração sobre a Alemanha ocorre após o ministro dizer
que o Brasil não está “no radar” dos Estados Unidos e da China “como o Brasil
pretende estar”. “Quando nós observamos os discursos desses países em relação
ao Brasil, é um discurso que subestima, de certa maneira, o potencial de um
país como o Brasil, com as peculiaridades que o Brasil tem e com o potencial
inovador que o Brasil tem demonstrado, inclusive do ponto de vista
institucional”.
O ministro ressalvou, no entanto, que não vê menosprezo de
China e Estados Unidos em relação ao Brasil. “Não há em nenhum momento da
conversa com o [presidente da China] Xi Jinping ou com [o presidente dos
Estados Unidos], Joe Biden, com o presidente Lula, algum tipo de menosprezo
pelo Brasil, [como se fosse] uma potência de segunda categoria, em nenhum
momento. Mas a questão da subestimação do potencial de parceria me parece
notável”, afirmou.
Haddad lembrou ainda que o país já
realizou uma série de parcerias estratégicas com a Alemanha na década de 1970 e
que o país europeu tomou a recente decisão, por razões de política interna, de
abrir mão da energia nuclear e passar a olhar com mais atenção para o
desenvolvimento sustentável.
Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil
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