quinta-feira, 18 de abril de 2024

Grupos neonazistas divulgam dados pessoais da mulher de Moraes


Alexandre de Moraes, ministro do STF, e Viviane Barci, sua esposa. Foto: reprodução

 Após o resultado das eleições de 2022, que determinou a vitória de Lula (PT) para presidente do Brasil, grupos neonazistas iniciaram uma série de “doxxing” contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Doxxing é o nome dado para a prática de vazamento de dados sigilosos, crime do qual a esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes, também foi vítima.

As denúncias foram feitas pelas jornalistas Letícia Oliveira, do El Coyote, e a pesquisadora independente Tatiana Azevedo, que monitora as práticas de grupos extremistas nas redes sociais.

“No dia 17 de novembro eu e a Tatiana Azevedo localizamos um doxxing da esposa do Alexandre de Moraes em um dos grupos neonazistas que nós estávamos monitorando no Telegram”, contou Letícia em sua conta no X, antigo Twitter.

Nos prints divulgados pela jornalista, é possível ver membros de grupos neonazistas divulgando o número de WhatsApp de Moraes e questionando “quem tem coragem de mandar foto de ‘pica'”.

Na imagem seguinte, um homem manda uma montagem do ministro ao contato indicado e pede para considerá-la “um aviso”: “Que você queime no inferno por toda eternidade”, escreveu o neonazista. Não há confirmação de que o número pertença de fato ao presidente do TSE.

As repórteres afirmam também que, na época, encontraram a prática de doxxing em pelo menos cinco grupos neonazistas que monitoravam, mas que no mesmo dia em que enviaram a denúncia, esses grupos foram “derrubados” do Telegram.

Questionadas se os grupos eram realmente ocupados por neonazistas, respondendo a uma suposta “perda de credibilidade”, Tatiana divulgou o print de um homem com tatuagens com símbolos como a suástica nazista, a escrita “nacionalista” e a bandeira do Estado de São Paulo ao fundo.

Por fim, Letícia afirmou que as informações foram passadas para as autoridades pertinentes ainda em 2022, mas resolveu divulgar publicamente somente agora, em 2024, pelo contexto dos debates acerca da liberdade de expressão.

“Tinha grupo neonazista vazando dados de esposa de ministro do STF no Telegram”, disse a jornalista questionando se o coro levantado pela extrema-direita é mesmo pela suposta liberdade de expressão.

Fonte: DCM

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