Deputado Carlos Zarattini (PT-SP) mostrou discordância com compra de equipamentos militares de empresa israelense com a atual controvérsia entre os países
O Exército informou internamente, nesta segunda-feira (29), que o grupo Elbit Systems, de Israel, foi selecionado na licitação para a compra de 36 viaturas blindadas de um obuseiro de 155 mm. Esses veículos serão empregados pela artilharia e a aquisição envolve quase R$ 1 bilhão. Existem preocupações de que aspectos geopolíticos possam afetar a licitação, dado que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem criticado a conduta de Tel Aviv no conflito com o grupo Hamas.
De acordo com generais consultados pela Folha de S. Paulo, os obuseiros israelenses integram o projeto Atmos e a entrega dos equipamentos está prevista para ocorrer ao longo de oito anos. Entretanto, o orçamento para investimentos do Exército tem enfrentado os piores índices da década.
O deputado Carlos Zarattini (PT-SP), que acompanha assuntos de defesa no partido, expressou discordância com a compra de equipamentos militares de uma empresa israelense, dada a atual controvérsia diplomática entre os dois países.
A Elbit Systems superou concorrentes da França, China e Eslováquia no desfecho final da licitação. Militares destacaram, sob condição de anonimato, que a principal vantagem da empresa israelense é a presença de subsidiárias no Brasil, capazes de fabricar munição de 155 mm e oferecer suporte logístico. Essas subsidiárias brasileiras são Ares Aeroespacial e Defesa, localizada no Rio de Janeiro, e AEL Sistema, sediada no Rio Grande do Sul.
O anúncio do resultado da licitação estabelece que a Elbit Systems será convocada para assinar o contrato inicial em 7 de maio. Há preocupações na cúpula militar de que Lula possa vetar a compra, semelhante ao que tem feito sistematicamente com exportações de munições e armamentos brasileiros para a Ucrânia. Apesar de divergências em relação aos conflitos na Ucrânia e na Faixa de Gaza, tanto setores do governo quanto membros do PT têm acompanhado a licitação do Exército com preocupação.
Lula adotou uma postura crítica em relação à ofensiva israelense na Faixa de Gaza. Declarações de Lula sobre o conflito em Gaza causarem reação do governo de Binyamin Netanyahu, que declarou o presidente como “persona non grata”. Mesmo diante do impacto diplomático, Lula não se retratou e continuou a criticar as ações de Israel na região.
Fonte: Agenda do Pode com informações da Folha de S. Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário