sábado, 20 de abril de 2024

Geração de empregos e ganhos salariais impulsionaram recorde da renda no Brasil

 Para 2024, a tendência de aumento do número de empregos deve se manter, segundo a Confederação Nacional da Indústria


Luiz Inácio Lula da Silva posa para foto com trabalhadoras e trabalhadores das obras da Ferrovia Transnordestina, no Distrito Suassurana, Iguatu - CE
Luiz Inácio Lula da Silva posa para foto com trabalhadoras e trabalhadores das obras da Ferrovia Transnordestina, no Distrito Suassurana, Iguatu - CE (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Agência Gov – Os números positivos divulgados pela Pnad Contínua do IBGE nesta sexta (19) tiveram forte impulso do crescimento do emprego e da renda do trabalho. Os valores resultantes do trabalho tiveram aumento real per capita de 7,2% em 2023. A média salarial, já descontada a inflação, foi de R$ 2.979 no ano passado, maior que os R$ 2.780 registrados em 2022. A média considera todos os ocupantes dos domicílios brasileiros que têm a partir de 14 anos e trabalham.

O fortalecimento da renda do trabalho resultou, em 2023, em uma massa mensal de rendimento de R$ 295,6 bilhões, o maior valor da série histórica da Pnad Contínua. Esse valor representa um crescimento de 11,7% em relação a 2022 (R$ 264,6 bilhões) e de 8,8% ante 2019 (R$ 271,7 bilhões). 

Mais empregos e melhores salários 

Além do salário mínimo, que em 2023 teve aumento real de 1,41%, atingindo R$ 1.302, os demais vencimentos do trabalho estão crescendo. Ao longo do ano passado, 77% das negociações coletivas conquistaram, em média, reajustes salariais de 1,12% acima do INPC, segundo o Dieese.

Em 2024, a tendência de valorização salarial se ampliou. Ainda segundo o Dieese, em março deste ano 85% das negociações coletivas obtiveram, em média, aumentos reais de 85,7%, ainda não captados pela mais recente pesquisa do IBGE. 

Cresceu também o número de pessoas com trabalho em 2023. De acordo com a Pnad Contínua, a proporção da população com rendimento habitualmente recebido do trabalho passou de 44,5%, ou 95,2 milhões de pessoas nos domicílios, em 2022, para 46,0%, ou 99,2 milhões, em 2023. No ano passado, o desemprego chegou ao nível mais baixo em quase dez anos, com 7,5% no trimestre encerrado em novembro, a menor taxa da série histórica de pesquisa, divulgada pelo IBGE em janeiro. 

Para 2024, a tendência de aumento do número de empregos deve se manter, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), cuja pesquisa Sondagem Industrial, divulgada no último mês de março, mostra o índice de evolução no emprego em 50,4 pontos, dois acima da média para este período do ano. A pesquisa mede a expectativa do setor. 

“O aumento considerável da massa de rendimento do trabalho em 2023, comparando com o ano anterior, se deve tanto à expansão da população ocupada quanto à elevação do rendimento médio do trabalho. Em 2023, em relação a 2022, tinha 4 milhões a mais de pessoas ocupadas com rendimento do trabalho. Com essa expansão, a massa de rendimentos do trabalho também superou o valor de 2019, até então o ano com o maior valor da série da Pnad Contínua”, explica Gustavo Geaquinto, analista do IBGE. 

Portanto, embora a ampliação dos valores e do alcance de programas sociais como o Bolsa Família, que saltou de 16,9% dos domicílios em 2022 para 19,0% em 2023, tenham respondido por boa parte do aumento da renda média dos domicílios brasileiros no ano passado, não são o único fator.  

Associados ao trabalho, as aposentadorias e pensões pagas pelo INSS também ajudaram a elevar o rendimento dos domicílios brasileiros, ao registrarem média mensal 6,6% superior à de 2022 – R$ 2.408, contra R$ 2.258. Outro efeito da elevação do salário mínimo, âncora de mais de 70% desses benefícios.

Fonte: Brasil 247 com Agência Gov

 


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