Além do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o Exército vetou a promoção de outros quatro oficiais investigados por envolvimento no planejamento de um suposto golpe de Estado
A Comissão de
Promoções de Oficiais (CPO) do Exército Brasileiro decidiu vetar a promoção do
tenente-coronel Mauro Cid ao posto de coronel, programada para este mês de
abril. Cid, que já ocupou o cargo de ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL),
está preso preventivamente desde o dia 22 de março, o que motivou a decisão do
colegiado. O resultado oficial das promoções será feito por meio de um
comunicado interno no dia 29 de abril.
Segundo a CNN Brasil, “de acordo com o parecer do
colegiado, Cid está impedido de concorrer à promoção por merecimento por
incidir em artigo da Lei de Promoções dos Oficiais da Ativa das Forças Armadas
(LPOAFA), que prevê que o militar preso cautelarmente não poderá constar de
qualquer quadro de acesso, enquanto a prisão não for revogada”.
Além disso, o regulamento também prevê que um militar suspenso
de exercer as atividades específicas de sua arma, quadro ou serviço, mesmo que
temporariamente, fica impedido de ser promovido, o que também afeta a
elegibilidade de Cid para a promoção.
A possibilidade de promoção de Mauro Cid já era vista com
ceticismo pela cúpula do Exército, dadas as diversas investigações em curso
envolvendo o oficial, e a decisão da comissão não apenas confirma a
improbabilidade de sua promoção, mas também o exclui da lista de candidatos.
O tenente-coronel encontra-se detido no Batalhão da Polícia do
Exército, em Brasília, desde que voltou a ser preso em março, após a divulgação
de áudios nos quais ele criticava a Polícia Federal e o ministro Alexandre de
Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Recentemente, ele prestou um novo
depoimento à Polícia Federal para esclarecer questões relacionadas aos áudios
vazados. A PF está investigando as circunstâncias desse vazamento.
Cid é alvo de investigações em inquéritos que apuram o seu
envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado e na venda ilegal de
joias sauditas que deveriam ter sido incorporadas ao patrmôniio do Estado
brasileiro, mas que Jair Bolsonaro tentou se apropriar. Além disso, em março,
Cid e Bolsonaro, juntamente com outras 15 pessoas, foram indiciados pela
Polícia Federal por fraude relacionada aos cartões de vacinação contra a
Covid-19.
Ainda segundo a reportagem, outros quatro
tenentes-coronéis sob investigação por supostas atividades golpistas, também
foram impedidos pela Comissão de Promoções de Oficiais de concorrer a promoções
neste momento. Apesar de não estarem presos, os militares, por determinação de
uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes,
estão suspensos de exercer as atividades específicas, ainda que em caráter
provisório.
Fonte: Brasil 247
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