terça-feira, 23 de abril de 2024

Cirurgias eletivas na rede pública aumentam 19%, mas fila de pacientes não para de crescer e chega a 1,2 milhão de pessoas

 Carência de médicos especializados nos hospitais públicos é mais crítica em alguns estados devido à má distribuição dos profissionais pelo país

Mesmo tendo sido realizadas até janeiro de 2024 cerca de 650 mil procedimentos cirúrgicos agendados, sem urgência, no início do ano mais de 1,2 milhão de pacientes aguardavam por cirurgias eletivas na rede pública de saúde.


Das cirurgias realizadas quase um terço foi de cirurgias de catarata, enquanto cerca de 37 mil pacientes passaram por cirurgias para a remoção da vesícula, registrando aumento de 19% em relação ao período anterior.


A espera por cirurgias eletivas é uma preocupação recorrente entre os pacientes atendidos na rede pública de saúde. Em março de 2023, o Ministério da Saúde estabeleceu um acordo com os 26 estados e o Distrito Federal para implementar a fila nacional de cirurgias eletivas.


A carência de médicos especializados nos hospitais públicos é mais crítica em alguns estados devido à má distribuição dos profissionais pelo país. Segundo o Ministério da Saúde, a maioria dos especialistas está concentrada no Sudeste do Brasil, havendo maior escassez no Norte e no Nordeste.


A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirma que uma das prioridades do governo é oferecer uma resposta rápida ao que ela descreve como grandes vazios de especialistas no país, especialmente de anestesistas, cardiologistas e oncologistas.


– Esse é um dos gargalos e problemas quando pensamos na cirurgia. Nós temos um trabalho muito grande com o Ministério da Educação na área das residências médicas. Temos aumentado as residências e temos buscado um trabalho conjunto com algumas redes que são muito importantes, hoje, na relação com o Ministério da Saúde, a rede de hospitais universitários, para que eles também contribuam nesse processo de formação de especialistas – ressalta a ministra.


Ana Maria Malik, pesquisadora do Centro de Estudos em Saúde da Fundação Getúlio Vargas, sugere que o Brasil pode utilizar a experiência com o programa de imunização para organizar um sistema nacional de informações sobre cirurgias.


– Se a gente conseguisse saber quem está na fila de que estado, de que serviço ou de que especialidade, isso ia ser mais fácil de a gente conseguir enxergar, né? Então isso tem a ver com transparência, tem a ver com as informações de que a gente dispõe e sistemas de informações em saúde, principalmente em um país como o nosso, é muito grande –  explica.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

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