domingo, 28 de abril de 2024

AGU afirma que não há desentendimento entre Poderes com recurso ao STF contra desoneração da folha de pagamentos

 Jorge Messias diz que governo está sempre aberto ao diálogo institucional

O advogado-geral da União, Jorge Messias, responsável pela ação questionando no Supremo Tribunal Federal (STF) a manutenção da desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia, afirma que, para o governo, não há motivo para desentendimento entre os Poderes.


O Senado interpôs recurso da decisão liminar do ministro Cristiano Zanin, que suspendeu a medida aprovada pelo Congresso. A determinação do magistrado, seguida por outros quatro integrantes da Corte, foi alvo de críticas por parte de parlamentares e associações empresariais. O julgamento no plenário virtual foi suspenso após o pedido de vista do ministro Luiz Fux.


— O tema está judicializado e deve ser tratado no STF. Não há qualquer crise por parte do governo. Estaremos sempre abertos ao diálogo institucional, conforme proposto pelo ministro Zanin em sua decisão — disse Messias, acrescentando que a posição da AGU é “técnica”.


Após o governo acionar o STF e Zanin conceder liminar contra a prorrogação do benefício tributário, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) demonstrou irritação com a manobra do governo.


Ele chamou a argumentação da AGU junto à corte de “catastrófica”, disse que o Congresso tem posição de “antagonismo” à pasta e ao governo no tema.


Pacheco anunciou a antecipação da reunião de líderes na próxima semana para tratar do tema e da resposta da Casa ao movimento do governo.


O mal-estar entre parlamentares diante da ação e dos votos depositados até agora pelos ministros é grande.


O senador Angelo Coronel (PSD-BA), que foi relator do projeto da desoneração, disse que houve “grande falta de respeito” por parte do governo.


— O Congresso votou essas matérias com apoio da ampla maioria dos parlamentares. O governo prega a paz e a harmonia e age com beligerância. Sem dúvida, poderá haver prejuízo grande com perspectiva de desemprego por parte dos 17 segmentos que mais empregam no país — disse o senador em nota.


O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA), presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), afirmou que a “judicialização da política simboliza um retrocesso em termos sociais e econômicos”.


Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo.

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