Movimento ocupa área pela terceira vez e exige ações do governo para avanço da reforma agrária
Brasil de Fato - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)
reocupou neste domingo (14) uma área de pesquisa da Embrapa Semiárido, em
Petrolina (PE), e uma segunda área da Codevasf, utilizada pela Embrapa também
em Petrolina, para reivindicar a desapropriação dos locais para reforma
agrária.
Em nota, o movimento explica que as ações fazem parte da
Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, que ocorre em repúdio ao
massacre de Eldorado do Carajás, no Pará, em 1996.
Essa é a terceira vez que o movimento ocupa áreas da Embrapa Semiárido. Em abril e julho de
2023, o movimento desocupou o local somente após determinação judicial. A
área de 1,5 mil hectares, segundo o MST, é "improdutiva, ociosa e
abandonada".
"No ano passado, nós saímos da Embrapa com um
compromisso do governo federal, assinado em pauta, de assentar 1.316 famílias
que estavam na Embrapa. Foram mais de dezessete pontos acertados e nenhum foi
cumprido. É muita irresponsabilidade a forma que estão tratando a reforma
agrária", disse Jaime Amorim, da direção nacional do MST, em vídeo.
Além das áreas da Embrapa, o movimento ocupou uma área na zona
da mata norte do Estado, remanescente da Usina Maravilha - área que está em
processo de desapropriação.
Em nota ao Brasil de
Fato, a Embrapa afirmou que está aberta ao diálogo e adota as medidas
cabíveis para solucionar a situação.
A empresa também explicou que uma das áreas ocupadas possui
terras agricultáveis e de preservação do Bioma Caatinga e a outra é utilizada
pela Embrapa Semiárido há mais de 40 anos em regime de comodato, sendo de posse
da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba
(Codevasf).
"A diversidade de usos das áreas e a rotatividade dos
enfoques são normais em uma instituição de ciência e tecnologia como a Embrapa,
que lida com os desafios do campo e cujo desenvolvimento de soluções requer
necessariamente experimentos conduzidos em terras destinadas à pesquisa. Essa
característica é fundamental para que a instituição permaneça conectada com a
realidade da agricultura e da pecuária, considerando os diferentes perfis de
produtores e realidades sociais e econômicas", pontou.
Fonte: Brasil 247 com Brasil de Fato
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