terça-feira, 26 de março de 2024

Trump critica atuais ataques de Israel contra palestinos e afirma em entrevista que é ‘uma das coisas mais tristes que já viu’

 ‘Acho que Israel cometeu um grande erro. Eu queria ligar para [Israel] e dizer não façam isso’, disse ex-presidente americano

O ex-presidente americano Donald Trump afirmou em entrevista nesta segunda-feira (25) que apenas uma pessoa ingênua não teria reagido como Israel diante dos ataques do Hamas em 7 de outubro. Trump, porém, alertou que Israel está perdendo apoio internacional e deveria encerrar o conflito contra o grupo terrorista na Faixa de Gaza.

“É uma das coisas mais tristes que já vi”, declarou Trump em referência aos ataques do grupo terrorista que desencadearam o conflito com Tel Aviv. “No entanto, vocês precisam acabar com essa guerra. É preciso encerrá-la, dar fim a isso”.

As declarações foram feitas em entrevista ao jornal israelense Israel Hayom. Trump associou o aumento do antissemitismo após o início do conflito à postura ofensiva adotada por Israel. “Isso aconteceu porque vocês revidaram. E acho que Israel cometeu um grande erro. Eu queria ligar para [Israel] e dizer ‘não façam isso’”.

Trump também criticou a estratégia de Israel de lançar bombas em edifícios na cidade de Gaza. “É uma imagem muito negativa para o mundo. Acho que Israel queria mostrar sua força, mas às vezes não se deve agir assim”.

Apesar dos apelos da comunidade internacional para que Israel amenize sua ofensiva, Tel Aviv afirma que continuará os ataques até que o Hamas seja destruído e os reféns na Faixa de Gaza sejam libertados.

A entrevista também serviu como uma oportunidade para Trump criticar seu oponente político nas eleições de novembro. Em meio às tensões diplomáticas entre Washington e Tel Aviv, Trump culpou Joe Biden pelos ataques do Hamas, argumentando que o democrata não é respeitado pelo grupo terrorista. “Eles [o Hamas] nunca teriam feito esse ataque se eu estivesse no comando”, afirmou Trump.

Biden enfrentou críticas e perdeu apoio de parte dos eleitores democratas devido ao seu apoio a Israel. Durante as eleições primárias, por exemplo, houve protestos, principalmente da comunidade árabe-americana em alguns estados, incentivando os eleitores a votarem em branco, o que tem preocupado a campanha do atual presidente.

A intenção de Israel de expandir sua operação para a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde mais de um milhão de palestinos estão abrigados, tem sido o principal ponto de tensão entre os EUA e Israel neste estágio do conflito. Enquanto Washington tem tentado dissuadir a invasão devido ao seu potencial de causar mortes civis, Tel Aviv tem reafirmado seus planos, mesmo sem o apoio dos EUA.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, anunciou nesta segunda-feira o cancelamento do envio de uma delegação a Washington para discutir a planejada operação em Rafah.

A decisão ocorreu após os EUA se absterem de vetar uma proposta do Conselho de Segurança da ONU pedindo um cessar-fogo em Gaza, o que aumenta as tensões entre o governo Biden e Tel Aviv, já que os EUA têm poder de veto como membro permanente do Conselho.

Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.

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