A ação busca incentivar a dupla a colaborar com as autoridades. Sem contato entre si, os detidos enfrentam o dilema de quem irá cooperar primeiro para receber benefícios penais
Nesta quarta-feira
(27), o governo deu início a uma manobra estratégica no desdobramento do caso
do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol), com a transferência dos
irmãos Chiquinho e Domingos Brazão para penitenciárias federais distintas,
informa o jornal O Globo.
Os dois estavam detidos desde domingo em Brasília e foram levados para unidades
em Campo Grande e Porto Velho, respectivamente. O embarque foi registrado por
imagens da GloboNews, mostrando-os entrando em uma aeronave na capital federal
por volta das 8h40.
A ação foi planejada pelo Ministério da Justiça com base
na aplicação da "teoria dos jogos", buscando incentivar os detidos a
colaborarem com as autoridades para abrir novas frentes de investigação no caso
Marielle. Segundo essa estratégia, sem contato entre si, os detidos enfrentam o
dilema de quem irá cooperar primeiro para receber benefícios penais decorrentes
de um acordo. Quem optar pelo silêncio pode enfrentar punições mais severas da
Justiça.
A prisão dos irmãos Brazão, assim como do ex-policial militar
Ronnie Lessa e do delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa no domingo, foi
resultado de informações obtidas a partir da delação premiada de Lessa. Este
último confessou ter sido o autor dos disparos que resultaram na morte de
Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em março de 2018. Segundo Lessa,
os irmãos Brazão foram os mandantes do crime, enquanto o delegado Rivaldo
Barbosa atuou como "garantidor da impunidade" no decorrer das
investigações, conforme relatado pela Polícia Federal.
A decisão de Ronnie Lessa em cooperar com as autoridades
veio após tomar conhecimento de que seu comparsa, Élcio de Queiroz, havia feito
um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, quebrando assim o pacto de
silêncio entre os dois. Lessa e Queiroz também foram enviados para diferentes
presídios federais. Élcio de Queiroz corroborou as declarações de Lessa à PF,
confirmando sua participação no assassinato de Marielle e Anderson.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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