Competidores da base ao alto rendimento podem se inscrever, incluindo pela primeira vez gestantes e puérperas, surdos e guias e auxiliares do esporte paralímpico
"Eu tinha ouvido rumores de que isso aconteceria. Mas enquanto a gente não vê no papel a gente demora a acreditar". A cética atleta paralímpica do lançamento de disco, arremesso de peso e dardo, Natália Almeida, 32 anos, sanou a incerteza e comprovou que o edital do Bolsa Atleta 2024 irá amparar neste ano, pela primeira vez, gestantes e puérperas, atletas surdos e guias e auxiliares do esporte paralímpico.
As inscrições para o programa Bolsa Atleta 2024 foram abertas nesta segunda-feira, 18 de março, e prosseguem até o dia 1º de abril para as categorias de Base, Estudantil, Nacional, Internacional e Olímpica/Paralímpica/Surdolímpica. Acesse a página institucional do programa no Portal do Ministério do Esporte.
Grávida de nove semanas, Natália Almeida, paraibana de João Pessoa, fará sua inscrição com a certeza de que, após a gravidez, não terá que abandonar o esporte, como imaginou que teria que fazer antes do apoio do Bolsa Atleta ser estendido às gestantes e mães em fase de amamentação.
"Quando vi o edital e li as informações, isso me deu a certeza de que eu vou voltar. É uma segurança. A cabeça fica mais firme. Saber que estamos resguardados por isso, que vou ter essa ajuda, para mim representou uma tranquilidade absoluta. Estou confiante de que eu volto para o esporte depois que meu filho nascer", comemorou.
Os avanços implementados na edição de 2024 do programa fortalecem a história de sucesso do Bolsa Atleta, que já beneficiou, desde 2005, seu primeiro ano de vigência, 34.678 atletas com 96.165 bolsas contempladas, fruto de um investimento de R$ 1,6 bilhão até 2023.
SUPORTE – A família de Natália, que em breve vai crescer, sabe bem o que o Bolsa Atleta representa para os esportistas que sonham em construir uma carreira bem-sucedida. Seu marido, Cícero Nobre, também de 32 anos, conquistou a medalha de bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2021 e foi ouro Mundial de Dubai e nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, ambos em 2019.
"Para mim, o esporte e o Bolsa Atleta mudaram tudo na minha vida. Eu venho de família humilde, nasci no sertão da paraíba, e quando cheguei na capital João Pessoa e comecei a treinar muita gente me disse que eu tinha que desistir, que aquilo não daria futuro. Mas eu não desisti e logo em sequência comecei a ganhar o Bolsa Atleta", recorda Cícero, que recebe o incentivo do Governo Federal desde 2015.
"É um suporte no início da carreira ter esse benefício. Ele é fundamental para o atleta se sustentar e seguir nos treinos. Em 2018, fiz meu primeiro pleito na Bolsa Pódio (a categoria mais alta do Bolsa Atleta) e de 2018 para cá isso aí contribuiu demais nas minhas conquistas. Se não estivesse esse suporte eu não conseguiria manter minha preparação para as Paralimpíadas. Hoje, o Bolsa Atleta para os atletas olímpicos e paralímpicos é tudo na vida da gente", ressalta.
Infográfico 1 - Detalhamento do Edital 2024 do programa Bolsa Atleta - Divulgação / Secom PR
INVESTIMENTO RECORDE – Em 2023, o investimento federal no Bolsa Atleta foi de R$ 120,5 milhões, o que garantiu benefícios a 8.057 atletas contemplados pelo programa. Para 2024, a projeção é de que R$ 162 milhões sejam aplicados. A expectativa é de que 10 mil atletas sejam contemplados, o que representaria o recorde do programa em uma única temporada.
"A concessão da bolsa reforça o compromisso do Ministério do Esporte com o esporte brasileiro e com categorias antes não contempladas, como gestantes e puérperas, atletas surdos e outros. Em parceria com os comitês esportivos e paradesportivos e entidades vinculadas, vamos trabalhar para fazer do Brasil uma potência mundial. Todo nosso esforço será voltado para que os atletas tenham o apoio do Ministério do Esporte", detalha o ministro do Esporte, André Fufuca.
O edital do Bolsa Atleta 2024 lista critérios para a concessão do benefício e aponta os prazos previstos para o processo. A lista de contemplados está prevista para ser publicada entre os dias 10 e 17 de junho.
Além de estabelecer critérios e procedimentos para concessão do benefício, suspensão e cancelamento de bolsas, o edital ainda lista formas e prazos para a inscrição dos interessados na obtenção e prestação de contas dos recursos financeiros recebidos e dos resultados esportivos propostos e alcançados pelos atletas.
FUNDAMENTAL – "O Bolsa Atleta é um instrumento fundamental para a manutenção dos atletas e do esporte brasileiro", resume Ricardo Moreira, presidente da Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais (CBSO) e que chefiou a equipe brasileira da modalidade Jogos Olímpicos do Rio 2016 e Tóquio 2021.
"Hoje, a grande maioria dos atletas depende diretamente da Bolsa Atleta para poder ir para o treino, para poder comprar um material adequado para o treinamento, às vezes para participar de um treinamento mais específico ou de uma competição. O Bolsa Atleta é o instrumento que faz toda a diferença na vida do atleta, tanto no atleta de base, quanto no atleta de alto rendimento", prossegue o dirigente.
MAIORES DO MUNDO – Mantido pelo Governo Brasileiro desde 2005, o Bolsa Atleta é um dos maiores programas de patrocínio individual a atletas no mundo. Por meio de bolsas pagas diretamente aos esportistas, ele garante que representantes de modalidades olímpicas e paralímpicas se dediquem, com exclusividade e tranquilidade, ao treinamento.
Com isso, eles podem se preparar adequadamente para disputar torneios locais e grandes eventos internacionais, como campeonatos mundiais, Jogos Sul-Americano, Pan-Americanos, e Jogos Olímpicos e Paralímpicos, entre outros.
São consideradas modalidades olímpicas, paralímpicas e surdolímpicas aquelas indicadas no programa de competições dos Jogos Olímpicos, Jogos Paralímpicos e Jogos Surdolímpicos, reguladas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e Comitê Internacional de Desportos de Surdos (ICSD), respectivamente, e administradas, no Brasil, por entidades vinculadas ao Comitê Olímpico do Brasil (COB), Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e a Confederação Brasileira de Desportos de Surdos (CBDS), conforme o caso.
Por: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom)
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