quarta-feira, 20 de março de 2024

Renúncias fiscais por meio do Perse chegaram a R$ 13,1 bilhões em 2023, diz Receita

 

Ministro da Fazenda, Haddad suspeita de irregularidades no Perse e propõe um programa mais restrito, somente para segmentos que ainda não se recuperaram após a pandemia

Fernando Haddad
Fernando Haddad (Foto: Diogo Zacarias/MF)


O Ministério da Fazenda divulgou dados detalhados sobre as renúncias fiscais que atingiram a cifra de R$ 13,1 bilhões, beneficiando os setores contemplados pelo Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Entre os números apresentados, destaca-se que o setor hoteleiro foi o mais beneficiado, acumulando renúncias que totalizaram R$ 2,7 bilhões.

Segundo a coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, os dados foram disponibilizados pela Receita Federal em resposta a um requerimento de informação apresentado pelo deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE). O parlamentar, que é o autor do projeto do Perse, afirma que o montante é inferior às projeções iniciais feitas pelo Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad. Associações ligadas ao setor afirmam que as renúncias fiscais foram da ordem de R$ 6 bilhões em 2023.

Segundo a tabela enviada à Câmara, o Perse contava com 15.573 empresas cadastradas em 2023. Além do setor hoteleiro, que liderou as renúncias com 2.335 empresas beneficiadas, outros segmentos também foram contemplados. Restaurantes e similares consumiram R$ 938,7 milhões em renúncias fiscais, seguidos pelo setor de serviços de organização de feiras, congressos, exposições e festas, com R$ 789,4 milhões.

As empresas de transporte aéreo de passageiros também foram beneficiadas, com cinco companhias recebendo um total de R$ 461,1 milhões em renúncias fiscais. Enquanto isso, atividades relacionadas à produção musical, representadas por 529 empresas, obtiveram R$ 316,7 milhões em incentivos fiscais.

Ainda de acordo com a reportagem, também houve um aumento no número de empresas cadastradas no Perse em relação ao ano anterior uma vez que, em 2022, as renúncias fiscais totalizaram R$ 10,8 bilhões.

Em fevereiro, Haddad trouxe à tona suspeitas de irregularidades relacionadas ao Perse, mas a tabela divulgada pela Receita Federal não faz menção a investigações em andamento. Em busca de estratégias para incrementar a arrecadação, Haddad inicialmente defendeu a extinção do Perse, porém, recuou da ideia e anunciou a intenção de elaborar um programa mais restrito, voltado apenas para os segmentos que ainda não se recuperaram completamente das perdas ocasionadas pela pandemia de Covid-19. 

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), posicionou-se a favor da manutenção do Perse e declarou que até o momento não recebeu nenhum projeto para reformular o programa.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Guilherme amado, do Metrópoles

Nenhum comentário:

Postar um comentário