"Os atos genocidas foram aprovados e efetivados após declarações de intenção genocida emitidas por altos funcionários militares e do governo", diz Francesa Albanese no documento
Francesa Albanese,
relatora da ONU sobre os territórios palestinos ocupados, emitiu um relatório
nesta segunda-feira (25) acusando Israel de perpetrar um genocídio contra os
palestinos em Gaza. Este é o primeiro informe no âmbito da ONU a abordar
explicitamente a existência desse crime. Segundo a coluna do jornalista Jamil Chade,
do UOL, Albanese pede no documento que “os responsáveis sejam levados à Justiça
e que um embargo de armas seja estabelecido contra Israel”. Também nesta
segunda-feira, a ONU aprovou pela primeira vez uma resolução sobre a
necessidade de um cessar-fogo imediato para o conflito que já matou mais de 32
mil palestinos.
"A natureza e a escala avassaladoras do ataque de
Israel a Gaza e as condições destrutivas de vida que ele infligiu revelam a
intenção de destruir fisicamente os palestinos como um grupo", diz um
trecho do relatório. Ainda segundo Chade, o documento considera “que há motivos
razoáveis para acreditar que o limite que indica o cometimento dos seguintes
atos de genocídio contra os palestinos em Gaza foi atingido”. "Os atos
genocidas foram aprovados e efetivados após declarações de intenção genocida
emitidas por altos funcionários militares e do governo", afirmou
Albanese.
O relatório também critica Israel por sua abordagem distorcida
das leis internacionais durante o conflito, rotulando indiscriminadamente toda
a população palestina e sua infraestrutura como "terrorista" ou
"apoiadora do terrorismo", justificando assim os ataques
generalizados. Segundo Albanese, "nenhum palestino em Gaza está
seguro" devido a essa política.
Ainda segundo a relatora, “por mais de sete décadas, esse
processo sufocou o povo palestino como um grupo - demográfica, cultural,
econômica e politicamente -, buscando deslocá-lo e expropriar e controlar suas
terras e recursos. A Nakba em andamento deve ser interrompida e remediada de
uma vez por todas. Esse é um imperativo devido às vítimas dessa tragédia
altamente evitável e às gerações futuras dessa terra”.
Fonte: Brasil 247 com informação da coluna do jornalista Jamil Chade, do UOL
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