Cerca de um terço dos 31 requerimentos da agenda do colegiado registrados nesta quarta-feira atendem às demandas ideológicas de parlamentares bolsonaristas e de extrema direita
O deputado federal
bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG), recém-eleito presidente da Comissão de
Educação da Câmara, abriu a primeira ofensiva da oposição na área educacional,
inserindo temas ideológicos da extrema direita e de aliados Jair Bolsonaro na pauta
do colegiado. De acordo com o jornal O Estado de S.
Paulo, cerca de um terço dos 31 requerimentos da agenda do colegiado
nesta quarta-feira (20) atendem às demandas de parlamentares da oposição.
“Na empreitada, estão requerimentos que, entre outras
coisas, pede à Procuradoria-Geral da República (PGR) investigação sobre
possíveis crimes numa universidade pública, deseja debater em audiência pública
a existência de um 'fascismo de esquerda' no ensino superior brasileiro e
repúdio a dia uma fala do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB),
condenando o homeschooling (educação em casa)”, destaca a reportagem. O
requerimento de investigação enviado à PGR foi aprovado nesta quarta-feira, assim
como a audiência pública. A moção de repúdio foi retirada da pauta devido ao
tempo de duração da sessão.
Deputados da base de apoio ao governo do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) ressaltam que a primeira atuação de Nikolas na Comissão de
Educação, na semana anterior, parecia indicar uma abordagem mais conciliatória
e de apoio às políticas governistas. Por outro lado, os bolsonaristas acreditam
que Nikolas representará um "obstáculo" contra o que consideram ser
um controle da esquerda na Educação.
Nikolas Ferreira é alinhado à ideologia do astrólogo Olavo
de Carvalho, considerado "guru" do bolsonarismo, a quem se refere
como "professor", e pretende denunciar, em alguns dos requerimentos,
a existência de uma suposta "doutrinação ideológica" nas escolas.
Outro requerimento propõe uma audiência pública para discutir a
existência de um suposto "fascismo de esquerda" em universidades
públicas, reunindo movimentos de juventude de direita e esquerda para abordar a
"violência" contra pessoas que têm diferentes perspectivas políticas.
Já o vice-presidente, Geraldo Alckmin, é alvo de uma moção
de repúdio por uma declaração contra homeschooling feita em fevereiro. “Isso é
uma proposta racista que foi inventada nos Estados Unidos porque (diziam)
‘olha, se tem negro na escola, meu filho não vai à escola, vai estudar em
casa’. Como é que pode isso?”, disse Alckmin na ocasião.
O autor do requerimento, Capitão Alden
(PL-BA), condena as falas de Alckmin, argumentando que a ausência de regulação
sobre o homeschooling representa um "atraso" para o Brasil, e que o
modelo educacional - criticado por educadores po retirar as crianças das
escolas e confiar o processo pedagógico aos pais, que, na realidade, não
possuem qualificações nem recursos pedagógicos para exercer tais tarefas - como
um caminho oposto às "doutrinações político-partidárias e
ideológicas".
Fonte: Brasil 247 com informação do jornal O Estado de S. Paulo
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