sábado, 9 de março de 2024

"Quem botou a gente nessa história foi ele", diz a cúpula militar sobre Barroso e o "papelão" no TSE

 Presidente do STF disse que os militares “foram manipulados e arremessados na política, por más lideranças” e que fizeram um "papelão" no TSE durante as eleições

Luís Roberto BarrosoLuís Roberto Barroso (Foto: Fellipe Sampaio/STF)

 As recentes declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, sobre o papel das Forças Armadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a campanha de 2022 desencadearam insatisfação da cúpula militar, segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo. Em uma palestra no último dia 4, Barroso acusou as Forças Armadas de terem desempenhado um "papelão" no TSE, sugerindo que militares foram "manipulados" e "arremessados na política por más lideranças". Suas palavras foram uma clara referência à participação de oficiais militares em uma comissão de transparência do TSE durante a última eleição.

Oficiais da alta cúpula, já sob a tensão da investigação da Polícia Federal sobre uma trama golpista para impedir a posse do presidente Lula (PT), passaram a responder, nos bastidores, às críticas de Barroso. "Ele [Barroso] se esquece de quem botou a gente nessa história foi ele [Barroso", disse um general não identificado.

Barroso, que presidiu o TSE de maio de 2020 a fevereiro de 2022, foi o responsável por instituir a comissão de transparência que incluía membros das Forças Armadas. A medida visava ampliar a fiscalização do processo eleitoral, contando também com representantes da OAB, Polícia Federal, Congresso Nacional, especialistas e entidades da sociedade civil. Contudo, a presença militar na comissão logo se tornou objeto de disputa política, tornando-se um ponto de conflito entre o governo Jair Bolsonaro (PL) e o TSE. Durante os trabalhos, os militares levantaram uma série de questionamentos e suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas, sendo criticados por ministros do tribunal que os acusaram de contribuir para a narrativa do governo contra a segurança das eleições.

Diante do trauma causado pela experiência, o TSE decidiu excluir as Forças Armadas do rol de entidades fiscalizadoras do sistema eletrônico de votação em setembro do ano passado, já sob a liderança de Alexandre de Moraes. 

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

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