terça-feira, 26 de março de 2024

PF prepara relatório sobre Bolsonaro em embaixada para entregar ao STF

 Inteligência da PF já tinha informações sobre ida do ex-presidente à representação da Hungria, mas não possuía os vídeos.

A Polícia Federal prepara um relatório, a ser entregue ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, a respeito da “hospedagem” de Jair Bolsonaro na Embaixada da Hungria durante o Carnaval, poucos dias depois de ter sido instado a entregar seu passaporte à instituição por decisão do relator da investigação sobre os atos antidemocráticos.

Segundo a colunista Vera Magalhães, do jornal O GLOBO, inteligência da PF já tinha a informação de que o ex-presidente esteve na representação do governo húngaro em Brasília, mas não possuía os vídeos divulgados pelo jornal The New York Times.

De posse do relatório da PF, que pode conter o pedido de alguma medida em relação a Bolsonaro, e das justificativas formais que a defesa do ex-presidente vai apresentar em até 48 horas é que Moraes deverá anunciar ou não alguma providência em reação ao fato de ele ter se abrigado por dois dias na embaixada húngara.

Embaixadas são consideradas lugares com imunidade diplomática, e comumente são buscadas para que pessoas possam se esquivar de sanções judiciais e policiais. Foi o expediente buscado, por exemplo, pelo ativista Julian Assange, que permaneceu por quase sete anos na Embaixada do Equador em Londres para escapar de sanções por ter quebrado o sigilo de documentos de diferentes governos.

Reservadamente, autoridades dizem que as explicações de Bolsonaro fornecidas em nota à imprensa não convenceram e não devem surtir efeito se forem replicadas à Justiça.

Buscar formas de fugir de sanções é uma das razões que justificam prisões preventivas, mas não é dado como certo que essa pode ser a decisão de Moraes sobre Bolsonaro, nem mesmo que a PF possa pedir. Outras medidas, como obrigar Bolsonaro a comparecer à PF regularmente enquanto durarem as investigações, são consideradas mais prováveis. O episódio da embaixada também pode, na conclusão do inquérito, agravar a situação do ex-presidente.

Fonte: Agenda do Poder

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