Munições foram vendidas a CPFs de menores de 18 anos e até mesmo de pessoas já falecidas
Um relatório de
auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) revelou uma situação alarmante:
mais de 2 milhões de munições foram vendidas de forma irregular no Brasil
durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Os dados, provenientes do Sistema de
Controle de Venda e Estoque de Munições (Sicovem), utilizado pelo Exército,
apontam para uma série de irregularidades que levantam preocupações sobre a
segurança pública no país, informa a Folha de S.
Paulo.
Uma das descobertas foi o uso de CPFs de menores de 18
anos e até mesmo de pessoas falecidas para adquirir munições. Além disso, houve
casos em que as munições foram vendidas sem o devido registro da arma
correspondente, enquanto em outros casos, as munições adquiridas não
correspondiam aos calibres das armas registradas. Por exemplo, foi possível
comprar munição de fuzil 5,56 mm utilizando o documento de uma arma calibre 22.
Foram identificadas 164 vendas a 151 CPFs de menores de 18 anos,
além de 6.669 munições destinadas a pessoas falecidas. Outras 30.409 munições
foram liberadas para armas que já constavam no sistema como perdidas, roubadas
ou furtadas. Além disso, cerca de 267.993 munições foram destinadas a
colecionadores e armas de acervo de coleção que, na prática, não podem ser
utilizadas para outros fins. Esses dados foram compilados pelo Instituto Sou da
Paz.
O Sicovem, sistema utilizado pelo Exército, deveria
funcionar como uma ferramenta de controle em tempo real da venda de munições,
visando evitar desvios e garantir a segurança pública. No entanto, os dados
revelam falhas significativas no sistema, que permitiram essas irregularidades.
Implantado em 2007 por força de portaria do Ministério da Defesa, o Sicovem
pertence à Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), que detém praticamente o
monopólio da venda de munições para uso não militar no país.
Fonte: Brasil 247
Nenhum comentário:
Postar um comentário